fbpx
28 Mar 2024, 10:03 am

Mosh Classic: Wishbone Ash – Argus (51 Anos)


Por Emerson Mello

O maior clássico do Wishbone Ash completa hoje, dia 28 de abril, 51 anos. Argus é praticamente uma unanimidade entre os fãs da banda, daqueles álbuns que já cativam na primeira audição, com melodias belas e marcantes que ficam gravadas na cabeça e estimulam novas audições. Comercialmente também foi o álbum melhor sucedido da banda, sendo que na época atingiu a posição de número 3 nas paradas britânicas e eleito pela revista Melody Maker o melhor álbum britânico deste ano.

A belíssima capa com o soldado espartano é uma das mais icônicas do Rock, e foi desenvolvida por Storm Thorgerson, que trabalhou com diversas bandas famosas e inclusive desenvolveu a capa do The Dark Side of the Moon do Pink Floyd. A produção impecável ficou a cargo do Mestre Martin Birtch. E quando colocamos o álbum pra rolar comprovamos que Argus não tem só uma embalagem bonita, mas sim sete temas sólidos e bem construídos harmonicamente, com a dupla de twin guitars Andy Powell e Ted Turner dando um show. Inclusive é considerado por muitos o marco zero deste tipo de harmonização de guitarras, estilo que mais tarde também foi adotado pelo Thin Lizzy e que se popularizou com o Iron Maiden.

Num repertório muito bem equilibrado fica difícil destacar alguma música, mas Time Was, que abre o álbum, Sometime World, The King Will Come e Warrior são algumas das minhas preferidas. Além da parte instrumental muito bem elaborada, outra coisa que sempre me chamou atenção no Wishbone Ash são as letras, muitas delas poéticas, enigmáticas e que se encaixam perfeitamente nos temas.

O álbum começa com Times Was onde ouvimos “I’ve got to rearrange my life/I’ve got to rearrange my world” cantando de uma forma reflexiva enquanto ouvimos um delicado dedilhado de violão ao fundo: um homem refletindo sobre seu passado e querendo seguir em frente. Na sequência “Sometime World” a história continua e ele encontra um homem com uma trajetória parecida com sua, aonde ele conta um pouco das suas andanças: “I met a man who felt the same way/That the world had passed him by/Told to me all his troubles/That the world had made him cry” A música começa lenta e vai evoluindo com excelente trabalho da cozinha e um solo de guitarra memorável.  

Banda ao vivo em 1972

The King Will Come provavelmente é a música mais popular da banda, o trabalho de guitarra continua sendo destaque. Não podemos deixar de citar o belo e enigmático refrão “See the word of the prophet/On a stone in his hand/Poison pen, revelation/Or just a sign in the sand?”. Leaf and Stream é um belo tema acústico, com várias camadas de dedilhados e guitarras cristalinas fazendo os temas e solos. “Find myself beside a stream of empty thought/Like a leaf that’s fallen to the ground”. Em Warrior temos um pouco mais de peso de volta num tema mais vigoroso. Não podemos deixar de notar uma grande semelhança rítmica dela com Revelations do Iron Maiden, principalmente na parte final. Ouçam as duas e tirem suas conclusões.

Fechando o álbum com chave de ouro, temos a épica ‘Throw Down the Sword’. A música fecha o álbum e o guerreiro parece solitário e desolado (“Throw down the sword and leave the Glory”), ferido na alma (“To walk the road, the load I have to carry/A journey’s end, a wounded soul”) e deixa suas reflexões no ar (“Only searching for an answer”). Como curiosidade Biff Byford do Saxon fez uma excelente versão desta música em seu álbum solo School of Hard Knocks, vale a pena conferir.

Wishbone Ash não é uma banda tão popular quanto os contemporâneos setentistas, mas de inegável qualidade e que merece ser (re)descoberta e apreciada. Com certeza foi um dos álbuns de cabeceira do baixista Steve Harris que inclusive em 2011 em entrevista na Guitar World de 2011, declarou que se as pessoas quiserem entender um pouco da origem da sonoridade do Iron Maiden precisam ouvir o Argus. Pra quem não conhece a banda e está começando agora, nada melhor do que começar por ele.

Banda – Wishbone Ash

Álbum – Argus

Lançamento – 28/04/1972

Line-up:

Martin Turner – Baixo & vocais

Andy Powell – guitarras,violão & vocais

Ted Turner – guitarras,violão & vocais

Steve Upton – bateria

Participação – John Tout – órgão em ‘Throw Down The Sword’

Lado A

01 – Time Was 9:40

02 – Sometime World 6:55

03 – Blowin’ Free 5:17

Lado B

04 – The King Will Come 7:06

05 – Leaf and Stream 3:55

06 – Warrior 5:53

07 – Throw Down the Sword 5:55

Total – 44’43”

Ouça em

News · Reviews

Postado em abril 28th, 2023 @ 18:19 | 523 views
–> –>


Notícias mais lidas
«
»