15 Mar 2025, 1:53 am

Mosh Classic: Scorpions – Lovedrive (46 Anos)


Por Emerson Mello

Sexto disco dos escorpiões alemães, Lovedrive certamente foi um dos álbuns mais importantes na carreira deles, tanto musicalmente quanto comercialmente. O momento era decisivo, uma vez que haviam perdido seu guitar hero Uli Jon Roth, não confortável com a intenção da banda de se adaptar ao mercado norte americano pra ganhar mais público e decide montar sua própria banda, o Electric Sun. A despedida em grande estilo ficou registrada no Live Tokyo Tapes, considerado por muitos um dos maiores Plays Live de Rock de todos os tempos. Após a saída de Roth, entre idas e vindas do Schenker mais novo (Michael) a banda acabou se estabilizando com Matthias Jabs na guitarra solo. O nome de Jabs foi sugerido pelo baixista Buchholz, que nos tempos de colégio, havia dado aulas de reforço de matemática pra Jabs e ganhava uma grana extra com estas aulas. Após testar mais de 100 guitarristas para o posto, Jabs chegou a entrar na banda e depois foi retirado com a volta de Michael, que logo em seguida saiu novamente, pois já estava com o embrião do seu projeto Michael Schenker Group. Alguns takes de Michael acabaram ficando na versão final, nas músicas “Lovedrive”, “Another Piece Of Meat” e “Coast To Coast”. Pra retornar Jabs impôs algumas condições que foram aceitas pela banda e visto que ele está na banda desde então, a escolha foi mais do que acertada. Com esta formação: Klaus Meine, Rudolf Schenker, Matthias Jabs, Francis Buchholz e Herman Rarabell a banda gravou os seus álbuns mais aclamados. Outro fator importante a ser citado foi a participação mais efetiva do baterista Herman Rarebell nas composições. Ahhhh, e não podemos esquecer das famosas baladas. Reza a lenda que as melhores baladas são as das bandas de Rock, e neste ranking certamente o Scorpions ocupa as primeiras posições.

A capa mostra um homem e uma mulher no banco de trás de um carro, onde o homem puxa uma goma de mascar que está nos seios da mulher. A arte, que nos dias de hoje deve gerar uma boa polêmica, foi criada por Storm Thorgerson da Hipgnosis, já famoso pelas capas dos álbuns do Pink Floyd. Inclusive na época a capa gerou polêmica nos EUA. O próprio Thorgerson afirmou que a intenção na época era soar divertido, mas que nos dias de hoje pode ter uma interpretação diferente, principalmente por parte das mulheres.

O Scorpions sempre se caracterizou por muita energia nos shows.

Loving You Sunday Morning já abre o disco muito bem, e acertadamente foi escolhida pra ser o primeiro single. Com muita energia e melodia ela tem uma levada cativante que conduz toda a música. As intervenções de Jabs funcionam muito bem, mostrando que a química deu certo. Meine nos leva pro refrão certeiro que já fica na mente na primeira audição: “Loving you Sunday morning/You were on my mind love everyday/ Loving you Sunday morning/Your love makes me fly so far away”. Sem perder a pegada a banda emenda Another Piece of Meat que já vem num com um riff cortante e rápido. No refrão Meine imprime mais drive e mais agressividade e temos um solo matador de Michael Schenker. Always Somewhere dá um clima mais intimista, numa balada que fala do sentimento de estar em turnê na estrada sentindo falta de alguém que está distante. Coast to Coast é um tema instrumental muito marcante que virou um clássico da banda, sempre tocada nos shows, onde por vezes até Klaus Meine arrisca uns acordes na guitarra. O que torna ela mais interessante, além do tema muito bonito e marcante, são as diversas camadas de guitarras sobrepostas, cada uma atuando de um jeito diferente,mas que se completam e geram um resultado único.

“Virando o disco” começamos acelerando com Can’t Get Enough, com Klaus Meine mandando ver no gogó, com seu vocal único e inconfundível. Jabs tem mais espaço na guitarra, e mostra suas credenciais. Em Is There Anybody There? a banda experimenta e utiliza uma pegada de reggae na levada de guitarra, mas isso sem deixar o peso de lado, e o resultado ficou bem interessante. No ano seguinte o Judas faria algo semelhante usando elementos de reggae em The Rage, do clássico British Steel. Lovedrive retoma o peso novamente, simples e direta com refrão tipicamente a la Scorpions “It’s a lovedrive on wheels of fire/A lovedrive just one desire love/Sweet love, you drive me crazy babe”. Fechando o disco magnificamente temos o clássico Holyday, na minha opinião uma das obras-primas da banda. A música é dividida em duas seções, sendo a primeira acústica, somente com os violões conduzindo e a bela voz de Klaus Meine. A segunda parte entra toda banda com um ritmo mais pesado pra depois retornar a calmaria do acústico com o tema de violão que vai se esvanecendo até acabar a música. Perfeito.

Lovedrive é o equilíbrio perfeito entre o Hard Clássico que a banda praticava com Uli Roth e som pegada mais arena, já de olho no mercado americano. Aqui eles definiram a fórmula que a banda iria seguir daqui pra frente em sua carreira: riffs poderosos, refrões empolgantes e marcantes, melodias cativantes o que lhes rendeu um 55º lugar na Billboard 200, o que definitivamente abriu as portas do mercado americano para a banda e também nas paradas mundiais. Enfim, não perca um segundo de música.

*Ficha Técnica

Banda – Scorpions

Álbum – Lovedrive

Lançamento – 26/02/1979

*Line-up

Klaus Meine – vocais

Rudolf Schenker – guitarras

Matthias Jabs – guitarra solo

Francis Buchholz – baixo

Herman Rarebell – bateria

*Músico adicional:

Michael Schenker – guitarra solo em “Lovedrive”, “Another Piece Of Meat” e “Coast To Coast”.

*Músicas:

Lado A

01 – Loving You Sunday Morning 5:36

02 – Another Piece of Meat 3:30

03 – Always Somewhere 4:56

04 – Coast to Coast 4:42

Lado B

05 – Can’t Get Enough 2:36

06 – Is There Anybody There? 3:58

07 – Lovedrive 4:49

08 – Holiday 6:32 Tempo Total 36:49

Scorpions – Always Somewhere (Old Grey Whistle Test, 22th May 1979)
Scorpions – Another Piece Of Meat (Live At Reading Festival, 25.08.1979)

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Postado em fevereiro 25th, 2025 @ 08:20 | 165 views
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