Hatefulmurder está com segundo álbum concluído e se apresenta no Hell in Rio este final de semana.
por Clovis Roman
O Hatefulmurder é uma banda carioca que toca Death Metal, e tem já bastante experiência, apesar de ser relativamente nova. O primeiro registro deles foi o single Extreme Level of Hate, em 2009. Daquela época, resta na formação apenas o guitarrista e vocalista Renan Ribeiro. No ano seguinte, seiu o EP When the Slaughter Begins, com três faixas inéditas mais uma regravação do antigo single. Em 2011 foi a vez de mais um EP, The Wartrail, com quatro músicas. Trabalho este que deve ser relançado num futuro próximo, como você vai conferir logo abaixo. O single Gates of Despair, que fala sobre a exploração da fé para fins monetários, precedeu o disco de estreia, o ótimo No Peace, de 2014.
Mesmo com boa repercussão, o vocalista Felipe Lameira decidiu sair, e então o Hatefulmurder apostou em Angelica Bastos (conhecida pela alcunha de Angelica Burns), que veio de bandas como Diva e Scatha. Com esta nova formação – completada pelo baixista Felipe Modesto e pelo baterista Thomás Martin – a banda já concluiu as gravações do álbum Red Eyes, que sai no próximo ano. Para nos falar sobre passado, presente e futuro do Hatefulmurder, conversamos via meios digitais com Renan e Thomás, confira.
Houve algum tipo de mudança na receptividade do público com a banda após a entrada da vocalista Angelica Bastos?
Thomás Martin: Saudações Fanzine Mosh! Houve, sem dúvida. Temos outra imagem agora. A Angélica chama muita atenção e desperta curiosidade nas pessoas. Ela é gata, tem uma puta bronca e ainda canta no Hatefulmurder. Nós não estamos aqui de brincadeira. Alguns até acham que ela é marrenta, o que não é verdade. Ela é apenas carioca, rs.
Como andam os trabalhos do próximo álbum, Red Eyes? Quando será definitivamente lançado?
Thomás: Red Eyes está pronto. Estamos iniciando o processo de negociação do lançamento, que será no início do ano que vem.
Vocês fizeram a pré-produção com Tribuzy né? Ele cuidou também da produção de fato?
Renan Campos: Produção não. Tribuzy foi um parceiro na etapa de composição. Ele trabalhou somente nos arranjos com a gente, elaboramos as idéias em conjunto no estúdio. Através das sessões de ensaio, a coisa foi rolando. Acredito que fizemos umas cinco sessões com ele. Foi muito produtivo ele trouxe uma nova percepção pra nossa música. O saldo foi totalmente positivo!
Thomás: Tribuzy é um excelente arranjador. Ele deu toques importantes em muitas músicas e nós usamos a maior parte deles. Para a produção, optamos pelo João Miliet. Ele é um produtor que vem fazendo grandes trabalhos aqui no Brasil como o Glória e o Far From Alaska. Quem nos indicou ele foi o Dante Lucca, roadie do Sepultura. Trabalharam na fase de gravação ainda o Felipe Eregion, que faz parte da nossa equipe há muitos anos e o Celo Oliveira que nos surpreendeu positivamente durante as sessões de gravação de guitarra e baixo. Ficamos muito, muito satisfeitos com o resultado final.
A banda já dividiu o palco com o Exodus, como foi tocar ao lado de um dos grandes nomes do Thrash Metal? Vocês tocaram também com Kataklysm e Voivod, nos falem sobre esses shows também!
Renan: Foi uma experiência foda! Tocamos com várias bandas que a gente sempre ouviu desde moleque. É muito gratificante isso. A data com o Exodus foi incrível, casa cheia, mosh sem parar, puta energia! Com o Kataklysm e Voivod também não foi diferente, e ainda tocamos com o Voivod de novo em Belo Horizonte, outra data irada!
Nos conte alguma história curiosa, engraçada ou até mesmo tensa que vocês já tenham presenciado/participado em algum show.
Renan: Cara, são tantas coisas que já rolaram…Uma vez estávamos sobrevoando o Equador para pousar no país, rolou uma turbulência brutal, muito brutal! Eu realmente achei que ali seria o fim hahaha. Mas no fim deu tudo certo.
Vocês são do Rio de Janeiro, uma cidade com um movimento underground intenso. Quais são os bons nomes daí que vocês gostam?
Renan: Aqui no Rio a gente curte muita coisa, tem muita banda boa em atividade. Algumas mais novas e outras mais antigas, e que variam de gênero. Posso citar alguns nomes: Lacerated and Carbonized, Gangrena Gasosa, Confronto, Cervical, Syren, Nove Zero Nove, Canto Cego, Unearthly, Ágona, No Trauma, Maieuttica, Unmasked Brains, Tamuya Thrash Tribe… É muita gente, difícil citar geral ou lembrar de todos!
Thomás: Citando apenas nomes na ativa hoje eu diria: Lacerated and Carbonized, Plastic Fire e Maieuttica.
Vocês já fizeram shows fora do país, inclusive tocaram no Chile. Há planos para novas apresentações internacionais pro ano que vem?
Renan: Sim! Fomos ao Chile em 2014, e no ano seguinte fizemos uma turnê mais longa passando por Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Chile e Argentina. Foi incrível. Com certeza, voltaremos pra todos esses países! E também faremos algo pelo Brasil!
Vocês lançaram alguns EPs e singles antes do disco de estréia. Vocês já pensaram em compilar aquelas músicas todas e lançar em algum material especial?
Thomás Martin: A gente quer lançar o EP “The Wartrail” (2011) ao vivo. Aquelas músicas são boas demais, merecem uma produção melhor.
Agora uma pergunta para descontrair: Qual banda ou artista você acha que gravaria uma cover bem legal do Hatefulmurder?
Renan: Eu gostaria de ver uma banda fora do Metal fazendo uma versão bem louca! Seria interessante! rs
Thomás: Kreator!
O festival Hell in Rio está chegando, com um lineup simplesmente incrível. Este tipo de iniciativa pode ser considerado um grande passo para o fortalecimento do Metal no Brasil?
Renan: Com toda certeza! Nunca houve um festival assim no Rio de Janeiro, é totalmente inovador! Acho que todo mundo ganha, as bandas, o público e a cena! Cast matador! É uma puta honra participarmos da primeira edição.
Entre as bandas que participarão, quais são aquelas que você tem mais afinidade? Ou então, quais as que você conhece melhor o trabalho?
Thomás: O Matanza. Fizemos 2 shows com eles esse ano e ficamos muito amigos. São grandes brothers, não só a banda mas também a equipe. Além disso, a gente gosta muito da banda. Vira e mexe rola na playlist dos nossos rolês.
Renan: Eu curto praticamente todas! Além do Matanza, a galera do Korzus é brodagem pura também, gosto muito do Project 46, Oitão e Claustrofobia, que já trombamos em vários rolês por aí!
Muito obrigado por sua atenção, muito sucesso para a banda! Deixem uma mensagem final para os leitores do Fanzine Mosh!
Renan: Muito obrigado pelo espaço, galera! Espero que a gente se esbarre nos shows!
Thomás: Valeu amigos do Fanzine Mosh! Obrigado!
Conheça a banda em seu site oficial: hatefulmurder.com