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4 Dec 2024, 1:40 pm

Mosh Lost Albums: Road to Ruin (2007)


Por Emerson Mello

Eu não sou o primeiro e com certeza não serei o último a enaltecer a imensa contribuição que a Suécia tem dado ao Rock nestes últimos anos, com uma produção pujante e surgimento de bandas em profusão em todas as vertentes do Rock/Metal. O Lost Albuns de hoje traz um título saído destas terras, que tem nos brindado com tantas bandas de qualidade. Formado em 2005 em Estocolmo, Road to Ruin reuniu alguns músicos da cena sueca que conceberam (infelizmente único) este disco. Explicando a escolha dele pra seção dos ‘albuns perdidos’ é que ele está fora de catálogo, não tem disponível na versão física e nem em streaming, o que acabou fazendo ele virar um item raro. No Spotify ele aparece com a capa e tudo, mais a listagem das músicas, porém não disponível. Acredito que deve ser algo ligado a questão contratuais ou algo do tipo. Sobre o álbum, ele foi lançado em 2007, ou seja, dois anos após a formação da banda e não se sabe o motivo da banda não ter continuado. O fato é que o resultado ficou muito bom, sendo um Hard Heavy muito bem feito com influências setentistas e oitentistas, mas com a produção dando mais peso e uma cara mais atual no resultado final.

Nos vocais foi escalado Matti Alfonzetti, mais conhecido pelo seu trabalho junto a banda de Hard Rock Jagged Edge. Atuou também no projeto Western Front do guitarrista Scott Gorham (ex-Thin Lizzy) e também uma breve colaboração no Talisman de Marcel Jacobs, por onde passou o vocalista Jeff Scott Soto. Alfonzetti é dono de um timbre muito bonito, com excelente alcance vocal, passando com desenvoltura em tonalidades mais difíceis e seu estilo traz muita versatilidade no som do Road to Ruin. Nas seis cordas o guitarrista Lars Chriss, um dos membros da banda Lion’s Share, ele vai muito bem nos riffs e bases, com excelentes solos e capricha no acabamento, com timbres muito bem escolhidos e bem colocados. Vindo também do Lion’s Share e tendo colaborado com Glenn Hughes (Deep Purple/ Black Sabbath/Black Country Communion) temos o baixista Sampo Axelsson que também gravou alguns teclados. Fechando o time, temos o baterista Thomas Broman, que tocou com John Norum (Europe) e no projeto Hughes Turner – com os vocalistas Glenn Hughes e Joe Lynn Turner e o tecladista Lars Pollack – um nome forte da cena sueca. Talvez não à toa, podemos perceber ao longo do álbum, referências de grandes nomes do Classic Rock/Hard Rock, que devem agradar aos fãs de Whitesnake, Rainbow, Human Clay, Europe pra citar alguns, mas não se enganem em achar que o Road to Ruin é uma cópia ou uma mera emulação de clichês do estilo ou das grandes bandas, eles tem sim muita personalidade e a qualidade das composições fez deste título um álbum que merece ser apreciado.

A força motriz do Road to Ruin.

A banda gira basicamente em torno do trio Alfonzetti, Lars e Sampo que assinam todas as composições, e sendo que a produção foi feita pela própria banda e gravado e mixado por Lars Chriss e Sampo Axelsson, alternando as gravações entre o Bronco Music Studio, onde foram gravados os vocais e o LS Studio onde gravaram os demais instrumentos. A bela capa foi assinada por Mattias Nord, traz umas referências enigmáticas tendo um homem meio misterioso de rosto encoberto usando chapéu lançando os dados, numa beira de estrada  bem decadente com carros parecendo saídos de um ferro velho próximo a um prédio em ruínas, e ao fundo algo que parece uma ser uma tempestade se formando e se aproximando. Um conceito interessante, reforçando pela logo da banda, que casa perfeitamente com a proposta do nome.

O álbum fora de catálogo virou um item raro.

The Only One que abre o álbum, começa com uma intro de sintetizador, criando um clima bem na linha de Tarot Woman do Rainbow, vai crescendo até que a banda entra com um riff bem pegajoso de Lars, que também faz um excelente trabalho de guitarras nas bases e também dobrando melodias em contraponto com a linha vocal, o que ficou bem interessante. O baisita Sampo por sua vez é bem firme, dando toda sustenção para as variações de Lars. Alfonzetti por sua vez traz uma linha vocal marcante e com vocais dobrados no refrão “I am the only one/the fire and the sun/And I’ve come to lay my hands on you”.  O uso do Hammond criou uma cama perfeita, Lars vem com um solo rápido enquanto Broman toca firme e pesado, fazendo algumas intervenções interessantes. Face of an Angel começa no Hammond dando todo aquele clima setentista, e vem numa levada mid tempo, sendo mais cadenciada, e o destaque acaba sendo Alfonzetti, com uma bela interpretação e com melodias vocais inspiradas. O refrão vem marcante com “We’re waiting/Looking for you/Hoping you won’t be a stranger/And I’m praying/It’s all I can do/I see the face of an angel”. A banda muda a tonalidade pra mais um grande solo de Lars, eleita minha preferida do álbum.  For Your Soul vem meio no clima power ballad, mais melancólica e ganhando peso no refrão, tendo outra grande interpretação de Alfonzetti e mais um grande solo de Lars. Destaque também pra performance de Bruman.

Walk the Line traz mais velocidade, bem no clima do Rainbow, com um riff rápido e o Hammond mais a frente, inclusive com um excelente solo de sintetizador de Pollack naquele clima setentista clássico. Outro grande momento do álbum. Thorn of my Side é uma espécie de Blues/Metal, trazendo a pulsação do andamento do Blues e o peso do Metal, inclusive no solo. A letra fala de um relacionamento complicado e de um cara querendo sair dele e seguir em frente “Leave me alone/I will carry on/this won’t break me/I will borrow inside”. Until I See the Sun fecha o álbum trazendo também aquele clima setentista com o Hammond mais a frente na harmonia, e também um belo solo no melhor estilo Jon Lord.

Road to Ruin é um grande álbum e é realmente uma pena que a banda não tenha seguido adiante, pois nós amantes do bom Hard Heavy, merecíamos uma sequência deste álbum.

Road to Ruin – Esq p/ Diretia: Sampo Axelsson, Lars Chriss & Matti Alfonzetti.

*Ficha Técnica

Banda – Road to Ruin

Álbum – Road to Ruin

Lançamento – 2007

*Line up:

Matti Alfonzetti – Vocais

Lars Chriss – Guitarra

Sampo Axelsson – Baixo/Teclados

-Músicos adicionais

Thomas Broman – bateria

Lars Pollack – teclados

*Músicas

01. The Only One (3:54)

02. Pale Rider (5:14)

03. Face of An Angel (4:29)

04. Pleasure and Pain (5:11)

05. For Your Soul (4:48)

06. Walk the Line (3:30)

07. Thorn in My Side (5:04)

08. Crawling (3:58)

09. Until I See the Sun (4:27)

Tempo Total 40’23”

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Postado em novembro 23rd, 2024 @ 09:24 | 72 views
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