por Emerson Mello
Marcelo Souza teve uma passagem expressiva pela tradicional banda Attomica aonde excursionou por diversos locais, inclusive na América Latina e agora está dando foco na sua carreira solo aonde acaba de lançar o álbum Human VS Machine que já foi resenhado aqui no Fanzine Mosh. Além disso tem um instituto musical que leva seu nome localizado em Taubaté interior de São Paulo. O músico nos conta todos os detalhes das suas experiências, o momento vivido pelo lançamento do novo trabalho e os projetos futuros.
Confiram!
FM – Human VS Machine é o seu mais novo trabalho, pode nos contar como ele surgiu?
Marcelo Souza – Sim , ele nasceu a partir de uma ideia que tive , uma reflexão sobre o momento atual que vivemos a respeito do mundo digital . A tecnologia vem crescendo assustadoramente e tornando nossa vida mais fácil , porém ao mesmo tempo nos tornando mais afastados e frios , digamos assim , separados pela tela de um computador ou celular em nossas conversas e cada vez mais “viciados” neste novo mundo tecnológico , além disso precisava lançar um novo álbum já que existia uma cobrança dos fãs do meu trabalho e era algo que queria muito fazer .
FM – Como foi a escolha dos músicos para o cd? Sabemos que o Argos já tinha sido companheiro de banda, então isto deve ter facilitado a escolha. E quanto ao baixista Lucas?
Marcelo Souza – Exato, eu e o Argos já temos uma parceria musical muito boa , e somos muito amigos , isso facilitou bastante , o Lucas é um baixista incrível e professor de Baixo na escola Seven Notes ( em que o Argos é proprietário ) não foi difícil para que nos conhecêssemos e formássemos este trio .
FM – As participações de Mario Pastore de Luiz Carlini somaram bastante no resultado final. Como surgiu a ideia de trabalhar com eles?
Marcelo Souza – O Pastore conheci indo em um programa apresentado por ele , o Pastore Action , ai tivemos uma boa conexão de ideias e fizemos amizade. Eu já admirava o trabalho dele e seu talento incrível, e para as músicas com voz eu já tinha uma ideia de chamá-lo, pois precisava de uma voz forte e com personalidade e isso ele tem de sobra!rsrs …
No caso do Carlini ele é uma referência muito importante pra mim, pois quando era um adolescente o vi tocando no Camisa de Vênus , isso me chamou bastante a atenção e dali em diante acompanhei o trabalho dele nos anos seguintes até os dias de hoje , fizemos uma amizade muito bacana , pois ele se mostrou um admirador do meu trabalho também , passamos a nos falar bastante por telefone , ai eu fiz o convite e para minha surpresa ele adorou e participou muito da formatação das ideias para esta faixa , a 74´White Maverick , um carro que meu pai teve na minha infância e que me marcou muito.
FM – Como tem sido a receptividade ao vídeo de Human VS Machine?
Marcelo Souza – O vídeo foi o primeiro passo nas divulgações , exceto pela capa e a movimentação da pré-venda do disco que também já tinha sido muito boa, foi muito impactante aqui e no exterior , principalmente em países da América do Sul , que tenho uma ótima aceitação com meus trabalhos .
FM – Em termos de divulgação como tem sido o trabalho?
Marcelo Souza – Tem se espalhado muito , tenho sido convidado pra entrevistas em vários Países , e aqui no Brasil também , além de estar vendendo bem o merchan e o disco físico , fico muito feliz que este trabalho esteja agradando .
FM – Em termos de produção e composição notamos uma evolução do Circle of Fire para o Human VS Machine. A estrada contribuiu pra isso?
Marcelo Souza – Sim , a estrada me trouxe uma boa experiência , além de eu estar sempre produzindo meu trabalho no geral , como vídeos para meu canal e estar sempre antenado na área da produção. Apesar de serem propostas diferentes , estúdios diferentes e uma diferença de 10 anos de um para o outro, mas de qualquer forma agradeço o empenho dos parceiros Argos , Lucas e do Vagner Alba do estúdio Oversonic para o resultado final deste trabalho .
FM – E você pretende levar este álbum para os palcos Marcelo? E como seria a banda ao vivo, já que no álbum existem muitas passagens com várias camadas de guitarra e teclados?
Marcelo Souza – Ainda estou trabalhando nesta ideia, a princípio seria este trio com um repertório instrumental. Com esta proposta seria para os fãs deste perfil de trabalho , porém , como as faixas com voz estão dando uma repercussão muito boa , isso tem atraído fãs do metal em geral desta forma ainda estou organizando as coisas e vendo a possibilidade de trabalhar com uma banda completa na estrada , já que estão pintando alguns convites para festivais e para shows no futuro.
FM – Artificial Intelligence tem um arranjo bem diferente, com o piano fazendo uma ‘cama’ e você fazendo um tema de guitarra em cima. Como surgiu a ideia deste arranjo?
Marcelo Souza – Eu queria uma faixa mais épica com uma melodia solene, algo como um hino e a princípio teria somente as guitarras, mas como o Argos além de uma grande batera é um pianista incrível, aproveitamos pra acrescentar uma harmonia com piano e strings, o que valorizou muito este tema e que tem chamado bastante atenção por aí.
FM – Em algumas das suas composições, tanto no primeiro cd Circle of Fire quanto neste novo Human VS Machine, percebemos uma forte influência de metal neo clássico, algo na linha tipo Malmsteen. Você reconhece esta influência? Que outros músicos você considera importantes na sua formação?
Marcelo Souza – Com certeza! Malmsteen é uma grande influência por que ouvi muito na minha adolescência junto com os grandes compositores Clássicos, principalmente do período Barroco. Os guitarristas Blackmore , Vinnie Moore , Michael Romeo , entre outros também seguindo esta linha do neo clássico, porém , também gosto muito de Van Halen, Satriani, Steve Vai, John Petrucci e indo um pouco mais pro fusion , Frank Gambale e Scott Henderson . Além disso, gosto de tocar outros estilos também como música Brasileira e Jazz.
FM – Ambas as capas dos seus trabalhos solos são muito bonitas. A arte de Human VS Machine sabemos que foi feita pelo Rômulo Dias, quem é o artista da capa de Circle of Fire?
Marcelo Souza – Obrigado. A arte do Circle of Fire foi feita pelo Douglas Wolf , um artista de Limeira-SP e que ja tinha feito capa para um cd de um guitarrista amigo meu que foi do Oficina G3, o Celso Machado. Foi indicação dele .
FM – Você teve uma excelente passagem pela banda Attomica somando um total de 06 anos na banda, inclusive excursionando até fora do Brasil e também gravou o excelente ‘The Trick’ que considero um dos melhores trabalho da banda. O que te levou à decisão de sair da banda?
Marcelo Souza – Sim, foi uma fase muito boa, mas tivemos alguns desentendimentos relacionados a parte financeira e administrativa , além da forma de trabalhar o que complicou muito continuar nossa parceria. Como eu e o Argos temos perfis parecidos (vivemos 100% de música) nosso comprometimento, profissionalismo e foco devem ser muito sólidos e bem resolvidos para seguir com qualquer trabalho. Agradecemos aos fãs e amigos que fizemos ao longo destes anos , desejamos sucesso a banda, mas agora estamos muito felizes e satisfeitos com a repercussão e aceitação deste novo álbum.
FM – Na passagem do guitarrista Marty Friedman pelo Brasil, você foi escolhido pelo próprio pra abrir alguns workshops dele. Pode nos contar como foi esta experiência?
Marcelo Souza – Foi uma experiência muito boa já que sou um grande fã dos trabalhos do Marty dentro e fora do Megadeth. Quem sugeriu foi o Bruno Mantovani , que estava envolvido neste evento no Hocus Pocus em São José dos Campos então ele e a equipe ficaram de avaliar, e depois conversando pessoalmente ele me elogiou bastante e disse que ele mesmo me escolheu! Foi surreal!rsrs…
FM – Você também teve uma oportunidade legal ao poder entrevistar o guitarrista Vinnie Moore para o Guitar Experience. Como surgiu esta oportunidade?
Marcelo Souza – Sim! E a princípio era pra ser uma entrevista por e-mail, mas no final das contas em uma conversa com o André Sampaio, que é dono do site (Nota: Guitar Experience) ele me sugeriu ir até o RJ entrevista-lo pessoalmente, aceitei o desafio e fui. Foi muito legal pois ele é um cara muito simples e me atendeu muito bem. Também sou muito fã do trabalho solo dele e o considero uma das minhas influências.
FM – Você tem formação em violão clássico e isto encaixa muito bem na sua música. Já pensou em fazer um álbum inteiro nesta linha ou prefere continuar mais focado na guitarra mesmo?
Marcelo Souza – Tenho várias ideias para um álbum só de violão, tanto tocando erudito ou somente música brasileira, mas ainda não consegui um tempo para me organizar pra isso, e além do mais me sinto no dever e responsabilidade em atender o pedido dos fãs do meu trabalho instrumental com banda e seguindo minha linguagem principal que é na guitarra, me apresentando em shows e workshops etc, porém , é algo que ainda farei sim , assim que tiver um tempo , no momento o foco é o Human vs Machine.
FM – Tem algum projeto que você gostaria de ter feito, ou pensa em fazer no futuro?
Marcelo Souza – Talvez uma banda mais voltada para Metal Progressivo , com peso ( guitarras de 7 cordas ) e estruturas rítmicas complexas.
FM – O que podemos esperar agora do Marcelo Souza? Pretende cair na estrada ou já planeja um álbum novo?
Marcelo Souza – Estou organizando as coisas ainda com o álbum novo, pois o lançamento ainda é muito recente, mas já estou trabalhando em novas composições e pretendo lançar um novo clipe, com certeza os shows virão assim que tudo normalizar com essa pandemia e espero encontrar todos os fãs na estrada em breve.
FM – Espaço aberto para mandar o seu recado.
Marcelo Souza – Gostaria de agradecer a oportunidade de falar sobre o meu trabalho e as novidades a todos que acompanham o Fanzine Mosh e a você Emerson pelo apoio e carinho com meu trabalho , e mandar um abraço a todos os meus seguidores , amigos queridos que estão sempre comigo ! Até mais!!!
*Line up:
Marcelo Souza – guitarra & violão
Lucas Barbosa – baixo
Argos Danckas – bateria & teclados
-Participação Especial
Luiz Carlini – lap steel guitar em 74’ White Maverick
Mario Postore – vocais em ‘Human VS Machine’ e ‘Stronger’
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