“OZZY, O FIM DE UMA ERA QUE NUNCA ACABA”

Foi no dia do meu aniversário, em 2015. Um presente que eu mesmo me dei — ou talvez o universo tenha decidido me dar: fotografar o Madman. Um clique e um grito congelados no tempo. A única vez em que estive tão perto dele, com a lente entre nós, mas com o coração colado na história.
Mas Ozzy, pra mim, começou muito antes disso. Começou no primeiro Rock in Rio. Eu vi. Eu ouvi. Eu vivi. Duas vezes. Em carne, osso e decibéis.
E agora, saber que não veremos mais aquela figura cambaleante, mas inquebrável, entrando no palco com os braços abertos como um profeta do caos… dói. Mas também conforta. Porque Ozzy já virou mito. Já virou tatuagem na alma de todo mundo que entendeu o que era ser livre, ser estranho, ser barulhento… e ser eterno.
Ozzy foi muito mais do que um vocalista. Ele foi o grito que os anos 70 precisavam, o exorcismo que os anos 80 adoraram, a caricatura insana que os anos 2000 transformaram em ícone pop. Um sobrevivente. Uma lenda. Um homem quebrado, mas que nunca quebrou de verdade.
O show acabou. Mas a sombra dele ainda se arrasta no palco da história. E a gente? A gente segue berrando junto com ele: “All aboard! Ha ha ha ha haaa!”

Valeu, Ozzy. Por tudo.

Andre Smirnoff
Editor, Fotógrafo, fã, sobrevivente do apocalipse sônico.