Mosh Interview com Yutaza: Quebrando a Lei do Silêncio

Por Emerson Mello

Yutaza é uma banda oriunda da zona oeste carioca, com músicos já experientes, que se reuniram em torno deste novo projeto. Em busca de sua própria identidade e individualidade musical, batizaram a banda com um nome peculiar e único de Yutaza.

O som irá agradar em cheio aos fãs do Thrash Metal americano dos anos 80/90, com um instrumental agressivo e pesado, riffs cortantes, solos rápidos e certeiros, cozinha entrosada e vocal agressivo. Mas não se enganem, pois eles não estão presos a nenhuma fórmula, o estilo se torna ponto de partida pra banda experimentar e adicionar também outros elementos à sua música.

Recentemente a banda lançou seu primeiro single, a música Law of Silence, e inovou no seu lyric vídeo utilizando o recurso da inteligência artificial. O resultado pode ser conferido no You Tube.

Batemos um papo com o vocalista Marcus Larbos sobre o single, origem do nome e os projetos da banda em geral.

Confiram!

FM – Yutaza é um nome bem diferente em se tratando de bandas de Rock. Qual o conceito por trás do nome e qual mensagem querem passar com ele?

Marcus Larbos – Queríamos um nome que soasse forte, único, e que não tivesse nada parecido ou que corresse o risco de ter um nome igual ao de outra banda. Então lembrei de um povoado ou algo do tipo no Tartaristão (Nota: A República do Tartaristão é um membro da Federação da Rússia, sendo uma de suas 85 subdivisões) – Yutaza, e achei que iria encaixar perfeitamente no que procurávamos. O nome então foi aceito de cara pela banda toda.

FM – A sonoridade é claramente referenciada no Thrash americano dos anos 80/90. Musicalmente a banda pretende manter este direcionamento?

Marcus Larbos – A princípio não foi algo proposital, mas uma direção natural em virtude das influências pessoais dos membros, como também pelo tipo de temática das letras e riffs que foram surgindo ao longo do processo de composição. Creio que estamos no caminho de definir um estilo nosso, mas que tende sempre a agregar elementos novos também.

FM – A formação conta com músicos experientes da cena carioca da zona oeste. Como surgiu a ideia de formar a Yutaza?

Marcus Larbos – A ideia surgiu quando o Marcelo Ledd (bateria) logo após ter deixado sua antiga banda, me convidou para formar uma nova com ele. Como eu também tinha acabado de sair de outra, topei o convite e chamamos o Martus Varela (guitarra) que tinha tocado junto comigo numa outra banda (Blockhead) e o Luciano Drakkon (baixo) que já era meu amigo de longa data.

FM – A logo ficou minimalista e marcante. Quem foi o artista responsável por esta criação? Vocês já tinham alguma ideia em mente?

Marcus Larbos – Fomos testando inicialmente várias logos, mas finalmente escolhemos essa, pois se encaixou melhor na proposta e estilo de som da banda.

Os vocais de Marcus Larbos irão agradar aos fãs da cena Thrash dos anos 80/90.

FM – Law of Silence é o primeiro single da Yutaza. Existem planos para novos singles ou um trabalho full?

Marcus Larbos – Estamos trabalhando em um novo single sim, mas paralelamente a gravação e término de um álbum full.

FM – Como foi o processo de composição de Law of Silence?

Marcus Larbos – Essa faixa foi oriunda de um projeto de décadas atrás que eu e o Martus Varela (guitarra) estávamos desenvolvendo, mas que por uma série de fatores acabou estacionado. Com a criação do Yutaza, resolvemos resgatar algumas músicas e dar uma roupagem mais condizente com o som atual, e Law of Silence foi uma delas.

FM – “Don’t see, don’t hear, don’t speak”. É possível fugir da lei do silêncio nas grandes metrópoles? Qual a saída?

Marcus Larbos – A meu ver a tendência é piorar cada vez mais esse tipo de mordaça invisível à medida que o estado se omite e o poder paralelo preenche essa lacuna com suas próprias leis como juiz e algoz.

FM – Como está sendo a receptividade em relação ao single?

Marcus Larbos – Muito positiva, levando em consideração que é nosso primeiro registro e por enquanto veiculado somente no You Tube.

A Yutaza enxerga a IA como uma ferramenta que gera praticidade em torno do objetivo da banda.

FM – A banda utilizou o recurso de inteligência artificial na produção do lyric vídeo. Nos dias atuais este recurso têm causado muita polêmica, principalmente no meio musical, pelo fato de substituir a criação humana por IA. Como surgiu a ideia de utilizar esta ferramenta? O resultado final agradou vocês?

Marcus Larbos – O uso da IA desde que surgiu tem gerado muita polêmica e questionamentos, quer seja pelo fato da substituição dos profissionais quanto pela frieza e do temor da extinção da criatividade humana. Para nós da banda encaramos apenas como uma ferramenta que nos gerou praticidade e economia de tempo de acordo com o nosso objetivo.

FM – Muitas bandas escolhem o inglês pra suas composições, pois se sentem mais à vontade na sonoridade desta língua. O inglês foi uma escolha natural pra vocês?

Marcus Larbos – Sim, e no meu caso como sempre cantei e compus em inglês não seria para mim de outra maneira senão desta forma.

FM – A banda tem pretensão de realizar shows? Qual o planejamento em relação a isso?

Marcus Larbos – No momento, nosso foco total está na gravação das músicas e no lançamento deste material. Futuramente, conforme a receptividade do público, vamos pensar na viabilidade de tocarmos ao vivo.

FM – Quais os planos e projetos para o futuro?

Marcus Larbos – Continuar criando várias canções diferenciadas e nos motivando com isso.

FM – Espaço livre para o recado de vocês.

Marcus Larbos – Que o público sempre busque coisas diferentes e que renovem o estilo, assim como as bandas não se estacionem na zona de conforto e sempre busquem algo de singular para mostrar principalmente para as novas gerações.