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15 Oct 2024, 9:56 am

72 Seasons: Metallica revelado em sua própria história


72 Seasons é o décimo primeiro álbum de um Metallica que soube envelhecer com suas próprias temporadas

Texto Marcos Medeiros

Revisora Deborah Torre

Sete anos se passaram desde ‘Hardwire… To Self-Destruct’ e nesse meio tempo o Metallica, assim como todos nós, vivenciaram uma pandemia e também a volta de James Hetfield à reabilitação, que para qualquer banda não é nada fácil, ainda mais agora com todos os membros na faixa dos sessenta anos e mantendo o desejo aceso de fazer novas músicas e lançá-las para o mundo.

’72 Seasons’ a faixa título que abre o disco, vem com um riff rápido e ao mesmo tempo cadenciado, com James uivando fúria no timbre certeiro de uma voz um pouco mais rouca devido o passar dos anos é verdade, mas que continua com sua presença marcante. A bateria de Lars continua sem muita novidade, apenas acompanhando Kirk e Rob, que por sua vez está com mais visibilidade nas composições desde sua chegada a banda em 2003.

Inclusive um dos destaques vem exatamente com ‘Sleepwalk My Life Away’ a qual se inicia com as quatro cordas de Trujillo nunca vistas antes, acompanhado da bateria pulsante e um riff bem marcante lembrando a fase ‘Reload’. Todos estão confortáveis em seus instrumentos e isso é em todas as músicas, o que demonstra o amadurecimento de anos e anos tocando juntos.

Entre as 12 músicas, ‘Lux Æterna’, o primeiro single, é a música mais enérgica e acelerada de todo o disco remetendo aos tempos de ‘Kill ‘Em All’ com Lars mostrando a cara dos bumbos novamente e com a mão direita de James rasgando tudo ao melhor estilo thrash de outrora.

É óbvio que o Metallica não precisa provar nada a ninguém e muito menos a eles mesmos, pois é um disco com ótimos riffs e com pouca variação nas estruturas das músicas, mas ao mesmo tempo é gratificante ver uma banda que nunca se acomodou em toda sua trajetória de 42 anos.

As letras mais uma vez demonstram os demônios vividos por Papa Het e sua saúde mental nos últimos anos, como em ‘Screaming Suicide’ e ‘Room of Mirrors’ onde ele esbraveja “Você criticaria, examinaria, estigmatizaria minha dor?/Você resumiria, apadrinharia, classificaria louco?/Então eu estou aqui antes de você/Você pode me julgar, você pode apenas me enterrar/Ou você pode me libertar.”

Destaques para ‘Crown of Barbed Wire’ e ‘If Darkness Had a Son’ que são sem dúvida nenhuma, daquelas de estremecer qualquer estádio!!! ‘You Must Burn!’ vem com uma pegada bem ‘Sad But True’ com um toque de Sabbath e um Kirk inspirado em seu famoso wha-wha, diga-se de passagem.

Lançada anteriormente ‘Shadows Follow’ passa a impressão de que poderia ter ficado em ‘Hardwire’, pois não faria diferença alguma no conjunto da obra. Em ‘Chasing Light’ a lembrança do ‘Black Album’ vem à tona, e isso não é ruim. Já em ‘Too Far Gone?’ voltamos novamente para ‘Kill ‘Em All’ numa alusão direta a clássica ‘No Remorse’ que fará qualquer saudosista sorrir novamente! E por fim, a longa e belíssima ‘Inamorata’ mostrando que os quatro cavaleiros continuam nos presenteando com o que sabem fazer de melhor!!

O Metallica sempre vivenciou seu tempo, independente de gostarem ou não. É uma banda que após 40 anos continua lançando bons discos sem ficar dependendo do passado. E para aqueles que nunca pararam de comparar a banda com seus primórdios, a pergunta que fica é: o que vocês estarão fazendo aos sessenta anos de idade?

Bizz@rro · News · Reviews

Postado em abril 16th, 2023 @ 15:15 | 1.781 views
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