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28 Mar 2024, 6:13 pm

Black Label Society Incendeia O Tropical Butantã Em São Paulo


Texto e fotos: Renato Jacob

Legião de fãs compareceu em peso para prestigiar mais um show do BLS na capital paulista

O Black Label Society, banda de heavy metal californiana liderada pelo famoso guitarrista, compositor e produtor norte-americano Zakk Wylde, retornou ao Brasil para realizar uma série de apresentações que se estenderam por seis capitais entre os dias 30/03 e 07/04.

O guitarrista e vocalista Zakk Wylde no início do show do BLS em São Paulo.

Tais apresentações integram a atual turnê “South America Tour 2019” que visa apresentar ao público algumas músicas do mais recente e elogiado full-lenght de estúdio lançado no início de 2018 intitulado Grimmest Hits, além de composições que a banda gravou ao longo dos 20 anos de carreira. As cidades visitadas no Brasil foram Porto Alegre (30/03), Curitiba (31/03), Brasília (02/04), Manaus (03/04), Rio de Janeiro (05/04), São Paulo (06/04) e Belo Horizonte (07/04). Realizamos a cobertura do show que aconteceu na casa de shows Tropical Butantã, localizada na cidade de São Paulo.

Zakk carrega em sua guitarra o logo de sua banda com o crânio característico.

Atualmente, o BLS é formado por Zakk Wylde (vocal, guitarra, piano), Dario Lorina (guitarra), John DeServio (baixo) e Jeff Fabb (bateria). 

Em um Tropical Butantã completamente lotado em todos os setores, o BLS apresentou ao público um setlist de 17 músicas que foram executadas de forma magistral em um período de 90 minutos caracterizado por um som visceral, muito pesado, agressivo, carregado de intensidade e muito alto! Impossível não ficar atônito com a qualidade impecável do áudio que ecoava pelos quatro cantos da venue. Indubitavelmente, Zakk Wylde deve estar sempre bem acompanhado por um excelente engenheiro de som, pois durante as suas duas últimas passagens por São Paulo em 2015 e 2017 (não estou considerando o show que realizou como guitarrista do Ozzy no Allianz Parque em 2018) quando realizou uma performance “acústica” incluindo músicas dos álbuns Book Of Shadows, Pride And Glory e do BLS (ano de 2015) e se apresentou com o projeto Zakk/Sabbath (ano de 2017) foi impossível não ficar desnorteado com a perfeição e qualidade do áudio proveniente dos P.As. do Carioca Club. Quem estava presente em um desses shows compreende perfeitamente bem o que estou falando.

O habilidoso guitarrista Zakk Wylde durante a apresentação de São Paulo.
Os crânios humanos, símbolo da banda, também são encontrados em grande número no pedestal do microfone. Ao centro do pedestal, o guitarrista deixa um crucifixo em evidência.

A banda apostou corretamente ao incluir no setlist quatro músicas do último álbum, pois estas foram muito bem recebidas pelo público que as ouvia ao vivo pela primeira vez. Obviamente, a plateia respondeu à altura com muita empolgação e vibração quando composições do quilate de Bleed For Me, Suicide Messiah (a casa quase veio literalmente abaixo com essa música), In This River, Fire It Up, Concrete Jungle e Stillborn foram executadas. Mais da metade do setlist foi formado por composições dos ótimos álbuns 1919 Eternal (2002), The Blessed Hellride (2003) e Mafia (2005).

Além do perfeccionismo e poder de fogo da banda ao vivo, pois todos os músicos são brilhantes e muito criativos no palco, destaco as ótimas improvisações do grupo, sobretudo dos guitarristas, durante a execução da música Fire It Up que se estendeu por mais de 12 minutos. Possivelmente, isso seja influência das bandas de rock dos anos setenta onde ao vivo muitas músicas tinham duração de um lado inteiro do disco com monstruosas improvisações e solos muito bem executados de praticamente todos os instrumentistas.

Com os cabelos longos sempre à frente do rosto, é um desafio e tanto conseguir uma imagem de rosto limpo de Zakk Wylde.

O estratégico duelo de guitarras entre Zakk e Dario quando tocavam Concrete Jungle também constituiu outro ponto alto do show. Os músicos se revezavam no momento do solo subindo em cima de uma pequena plataforma que Zakk utilizou em grande parte do show para ser melhor visualizado enquanto solava e se mexia incansavelmente. Podem perguntar para qualquer fotógrafo que estava lá como foi difícil capturar uma imagem do rosto de Zakk Wylde enquanto o músico estava solando em cima da plataforma.

Vale a pena ressaltar também que o mal encarado guitarrista deixa espaço para todos os membros de sua banda aparecerem e exibirem as suas respectivas habilidades como instrumentistas. Se de fato Zakk Wylde tem um ego enorme, como já ouvi as más línguas dizerem, isso não transpareceu nesta apresentação de São Paulo. O show é da banda e não apenas de Zakk e quem ganha com isso é o público que tem a oportunidade de se deliciar e viajar no som que é produzido por cada um dos habilidosos músicos do grupo. Não queria fazer comparações, mas vou fazer. Me veio agora na cabeça a lembrança das duas últimas apresentações do Malmsteen no Carioca Club, em São Paulo. Sou muito fã do guitarrista e as referidas apresentações foram legais, mas poderiam ter sido muito melhores se o músico desse mais espaço para a sua banda. O sueco literalmente “joga” pro fundo do palco todos os integrantes do grupo e ele e o seu ego do tamanho do Maracanã tomam cerca de ¾ do espaço do palco, sobrando pouquíssima oportunidade para os músicos de sua banda mostrarem ao público o quanto são competentes. Líderes de bandas, não façam isso!  

John DeServio: o serelepe baixista do BLS.
Dario Lorina: o magricelo guitarrista do BLS teve espaço no show para mostrar porque foi escolhido para integrar a banda.

E por fim, destaco também um momento mais intimista e emocionante da apresentação que ocorreu quando Zakk foi ao teclado para cantar e tocar a belíssima balada In This River homenageando os irmãos e já falecidos músicos da banda Pantera, Vinnie Paul e Dimebag Darrell. Nesta ocasião, foram colocados dois grandes banners no palco, um de cada lado, com as imagens dos músicos. Muitas pessoas foram às lágrimas.

Se o show começou quente com a música Genocide Junkies ele estava em ponto de ebulição quando Stillborn foi executada e encerrou a apresentação do BLS em São Paulo sem um retorno dos músicos para o bis. E precisava? Mais uma vez Zakk Wylde conseguiu garantir um espetáculo de altíssimo nível ao seu fiel público e mostrar que ainda é um dos grandes nomes da guitarra pesada da atualidade. A precisão com que Zakk (fã assumido de Jimi Hendrix, Jimmy Page e, sobretudo, de Randy Rhoads) toca ao vivo é impressionante. O músico não perde uma nota sequer! O Black Label Society encerra a “South America Tour 2019” visitando as cidades de Montevideo (Uruguai), Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile), Bogotá (Colombia) e Lima (Peru). Não deixe de prestigiar esses eventos se estiver a passeio por algumas dessas cidades.

John DeServio: integrando o BLS nos períodos de 1998-1999 e 2015 até os dias atuais.
Dario Lorina: integrando o BLS desde 2014.
Zakk Wylde abrindo os braços durante a execução da música Suffering Overdue. Notem os crânios e o crucifixo atrelados ao pedestal do microfone.

A abertura do show ficou por conta da banda de metal progressivo de São Paulo Acid Tree que agradou a plateia durante a sua breve apresentação de 45 minutos. O grupo é formado por Ed Marsen (vocal e guitarra), Ivo Fantini (baixo) e Giorgio Karatchuk (bateria). No repertório, apresentaram músicas de seus dois EPs, Arkan (2017), e Awake The Iron (2018). A apresentação foi caracterizada por ótima presença de palco e bom entrosamento dos músicos e por longas improvisações em todas as composições.

Ed Marsen: guitarrista e vocalista da banda paulistana Acid Tree durante uma das inúmeras improvisações que realizou ao longo do show.
O baixista Ivo Fantini entretendo o público durante a apresentação do Acid Tree em São Paulo.
O ótimo baterista do Acid Tree Giorgio Karatchuk apareceu bastante durante o show de sua banda.

O evento foi mais uma realização da produtora Liberationmc. Somos imensamente gratos a The Ultimate Music pela confiança em nosso trabalho e pelo credenciamento gentilmente concedido.

Setlist Acid Tree

  1. Fields Of Grey
  2. Awake The Iron
  3. Arkan
  4. So Sings The Crow
  5. Caged Sun

Setlist Black Label Society

  1. Genocide Junkies
  2. Funeral Bell
  3. Suffering Overdue
  4. Bleed For Me
  5. Heart Of Darkness
  6. Suicide Messiah
  7. Trampled Down Below
  8. All That Once Shined
  9. Room Of Nightmares
  10. Bridge To Cross
  11. Spoke In The Wheel
  12. In This River
  13. The Blessed Hellride
  14. A Love Unreal
  15. Fire It Up
  16. Concrete Jungle
  17. Stillborn
Zakk Wylde solando e enlouquecendo o público em cima de sua pequena plataforma.
Zakk Wylde evidenciando aos fotógrafos o logo de sua banda no corpo de sua guitarra.
John DeServio: o habilidoso e atual baixista do BLS.
Dario Lorina: o guitarrista faz uma excelente dupla com o mestre Zakk Wylde.
Zakk Wylde: showman nato!
Ed Marsen: vocalista e guitarrista do Acid Tree.
Ed Marsen: vocalista e guitarrista do Acid Tree também apresentou marcante presença de palco.
O baixista Ivo Fantini do Acid Tree durante apresentação em São Paulo.
O ótimo baterista do Acid Tree Giorgio Karatchuk apareceu bastante durante o show de sua banda.
Ed Marsen: vocalista e guitarrista do Acid Tree também apresentou marcante presença de palco.
Acid Tree durante momento mais intimista do show.
O trio paulistano Acid Tree abrindo para o BLS em São Paulo.
Mosh Live · News

Postado em abril 14th, 2019 @ 18:23 | 2.078 views
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