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19 Mar 2024, 9:54 am

Mosh Interview: Banda Paramethrik


Mais uma banda da nova safra do metal século 21, e chegou com tudo. Videos clips, single e um álbum matador, “Paramethrik”, com uma ótima produção e profissionalismo. Isso com só 3 anos de banda. Pelo jeito, o céu é o limite para essa galera de Sorocaba. Querem saber mais? Então vai!

por Alexander Vasquez

-A banda foi formada em 2015, e como foi o início? A banda tem membros de outras bandas, os integrantes já se conheciam antes, como foi o “Paramethrik begins”?

Vitor (Guitarra): Começamos a idealizar a banda em Maio de 2015, assim que o Guilherme (Guitarra), o Diego (Bateria) e eu saímos de nossa antiga banda, a Hammathaz. Por um bom tempo éramos somente nós três mesmo, pensando nas ideias, nos conceitos e nas músicas. Depois de já termos uma boa ideia do que gostaríamos de ser como banda, fomos atrás do pessoal para completar o time.

Guilherme: O Fernando Xavier (Vocal) nós já conhecíamos, já éramos amigos, acompanhávamos as bandas que ele já cantou. Foi natural chama-lo para a banda. O Theo, que veio para o lugar do Diego posteriormente, nós também já conhecíamos. Ele foi uma sugestão do próprio Diego na verdade, pois ambos tocavam juntos na banda Valveline, mas lá o Theo era o baixista (risos).

Vitor: O único integrante que não conhecíamos anteriormente era o WilliamMorgan (Baixo). Quando estávamos montando a banda, o Guilherme, o Diego e eu fizemos alguns shows em tributo ao Iron Maiden, banda que adoramos incondicionalmente, e procurando por um baixista para esse Maiden Tribuito, acabamos chegando ao Morgan, e a sintonia já rolou logo de cara. Depois dos shows desse tributo, foi natural chama-lo também.

-E o nome, Paramethrik, de onde veio?

Vitor: No período em que estávamos pensando no conceito da banda, de inicio nós chegamos ao nome “Circle 3”, que representava nós três que estávamos iniciando a banda. Também tinha um pouco dos Círculos do Inferno da Divina Comédia de Dante Alighieri, mas no fim nós ainda não estávamos satisfeitos. Nesse período também conversávamos bastante de como imaginávamos as músicas, com uma sonoridade dessa vertente mais moderna e contemporânea do metal.

Guilherme: E num dia pesquisando sobre tudo isso acabei chegando ao nome Parametric, do equalizador mesmo, o equalizador paramétrico. E analisando a fonética da palavra, deu para brincar com bastante coisa. Ainda tínhamos o som do numero três em inglês, o “Tri”. E adicionando a letra H, tínhamos um pouco da sonoridade da palavra “Math”, de matemática em inglês, que representava a vontade de soarmos mais modernos. A letra K entrou porque visualmente ficava mais legal, queríamos expandir o nome, na hora que fossemos fazer o logo. E nessas pesquisas, acabamos chegando ao parametricismo, que para alguns arquitetos, é o estilo de arquitetura do Sec. XXI, um estilo meio 3D, moderno. Esse conceito e estilo influenciaram bastante no desenvolvimento do nosso logo e na capa do nosso primeiro álbum.

-Em 2018 saiu o primeiro álbum da banda, “Paramethrik”, mas antes rolou o single “R.I.V.A.” como foi a gravação dele?

 

Vitor: Em 2016 a formação da banda se solidificou e começamos a compor o que viria a se transformar no nosso primeiro disco. Em 2017 já com todas as musicas gravadas, analisamos todo o material cuidadosamente e chegamos à conclusão que a R.I.V.A. era um bom cartão de visitas para apresentarmos a banda. Ela tem peso, velocidade, agressividade, melodia e um pouco da diversidade de estilos musicais que gostamos de colocar em nossas canções, representa bem todo o conceito da banda.


-E as temáticas das músicas, do que se trata? As letras são de protesto e indignação pelo mundo, correto? E de onde vem à inspiração?

Fernando: Exatamente. A inspiração vem do dia a dia, de ligar a televisão, ler as redes sociais, das experiências que vivenciamos em nossas vidas. As letras acabaram se situando bem no mundo real mesmo, digamos assim. Não foi planejado, somente é o que estávamos sentindo no momento. E o momento do nosso país infelizmente influencia bastante nisso também, queríamos mostrar a nossa experiência em relação a esse momento.

-Na faixa ‘Solve Et Coagula’ tem a participação do Tique Moraes (rapper e ex-vocalista da banda Esdras), e a letra é em português. Como foi essa parceria? Teremos outras no futuro?

Guilherme: O Tique já é nosso

 

amigo de longa data. Quando estávamos compondo a “Solve” e decidimos que ela teria uma letra em português, logo de cara pensamos nele para o trecho que imaginávamos um rap. A parceria foi sensacional, ficamos felizes demais. Como dissemos, gostamos dessa coisa de misturar, unificar a música, juntar tribos. O Rap em sua narrativa, na sua intensidade e no clima denso, combina demais com o metal, que também tem essas mesmas características de uma maneira diferente.  Mas a mensagem e a verdade de ambos é a mesma. Com certeza teremos outras parcerias no futuro, e porque não letras em português também.


-E dessa parceria nasceu o segundo clip da banda (pois o primeiro era do single ‘R.I.V.A.’),  e tenho que confessar, ficou animal. Como foi a produção do vídeo? Vídeo clipe ainda é uma forma de divulgação?

William: Muito obrigado pelo elogio! Na verdade nós o consideramos como o nosso terceiro videoclipe, pois antes dele tivemos o vídeo da música “Face The Day”, que serviu também como uma apresentação do Theo, que tinha acabado de entrar para a banda. Nesse vídeo da “Face” nós gravamos como um videoclipe mesmo, mas achamos legal colocar a letra da musica nele todo, como um lyric vídeo, mas ainda sim o consideramos um videoclipe de fato.

Fernando: Para o clipe da “Solve” nós queríamos passar esse calor e intensidade que a musica pede. Tem também o lance da batalha de Mc’s, comigo e com o Tique , a roda hardcore com a galera toda em volta da banda e uma pista de skate para ficarmos no mundo real, urbano. E com o personagem do Tique nós quisemos passar de uma forma bem humorada esse lance do sonho de mudança, de sair dessa opressão que vivemos no dia a dia, quebra o sistema.

Vitor: Para nós é a melhor forma de divulgação, além dos shows. Hoje para conseguirmos a atenção das pessoas, precisamos demais do visual, as pessoas não param mais para “ouvir” uma musica, eles precisam ver também.

 

-Apesar da banda tocar metal extremo, muitos devem torcer o nariz, por não seguir a linha tradicional que o metal pede. Existe algum problema com isso?

Theo: Pois é, algumas pessoas acabam vendo problema nisso, mas para nós não há problema algum, é algo super natural na verdade. Somos verdadeiros com aquilo que somos, com o momento que vivemos. Não planejamos esse tipo de coisa, não fazemos isso para irritar alguém ou nada do tipo (risos). De repente o próximo disco pode ser mais raiz, mais para o lado tradicional do metal, ou quem sabe até ir ainda mais além, nunca se sabe. Não vemos a música como um produto pré-moldado que vai se encaixar em algo. Música é a nossa forma de se expressar com o mundo, nosso estado de espirito no momento, vai sair do jeito que sair (risos).

 

-A cena nacional tem espaço para mais bandas? O que vocês fazem para se destacar nessa multidão?

Guilherme: Tem sim, o sol bate para todo mundo. Todo mundo está aprendendo a como achar o seu espaço. Com a internet, as coisas mudaram bastante, as pessoas acabam se organizando ainda mais em nichos, meio que vivendo cada um na bolha dos seus interesses. Temos que conseguir chegar nelas, despertar o interesse.
Para nos destacar, tentamos ser autênticos, verdadeiros. Sabemos que temos potencial, que temos um material legal. Vamos trabalhar duro, com seriedade, e se tiver que ser, vamos nos destacar e alcançar voos maiores.


-Ter banda hoje em dia é literalmente seguir a ideologia punk “do-it-yourself”, pois muitos grupos gravam em casa, para economizar. Isso acontece com você? Se sim, como é o processo de composição/gravação do Paramethrik?

Vitor: Com certeza! As nossas demos e pré produções nós fazemos em casa. Quando vamos para o estúdio, as musicas já estão prontas, para gravarmos no menor tempo possível e economizarmos dinheiro. E também temos um estúdio, o AUDIOFUSION|BUREAU, que é nosso parceiro há muitos anos, desde a época da nossa antiga banda. O Fluxo de trabalho é bastante agilizado por conta disso.

As composições começam com o Guilherme mostrando para mim uma ideia de música já bastante encaminhada, onde eu já começo a pensar em linhas melódicas para voz, em conceitos para as letras, etc. Nesse mesmo tempo o Theo já esta fazendo as baterias também. Com uma ideia já bem estruturada nós trazemos para a sala de ensaios e começamos a finalizar tudo, letras, arranjos e é onde tudo acontece. É um trabalho de castelinho de areia mesmo, de construir a musica degrau por degrau.-

 

– Quais são os planos para o futuro da banda? Lançar um próximo disco, ou um passeio pelo exterior, talvez…?

Guilherme: Um novo álbum ainda ficará mais para frente, vamos começar a pensar nisso lá pelo meio de 2019. Queremos trabalhar bastante o nosso primeiro disco, transformar ele praticamente em um álbum multimídia, pois temos a intenção de fazer um vídeo para praticamente todas as músicas, ou quase todas.

Vitor: Com certeza pensamos em tocar no exterior, mas ainda precisamos estar mais estruturados financeiramente, pois um passeio ao exterior para uma banda underground como nós, ainda demanda um cuidado muito grande, principalmente na parte financeira.

-E o streaming? O que acham dessa nova forma de ouvir música?

Morgan: Adoramos haha. Todos nós temos Spotify e usamos em nosso dia a dia. Para divulgação também é excelente. As coisas mudaram, e as bandas já estão aprendendo a monetizar o seu trabalho com outras coisas, principalmente no merchandising.

 

–  Como é tocar som extremo nos dias de hoje? Mesmo que a cena metal seja bem diversa, por tocarem esse estilo de música, é fácil conseguir shows? E vale a pena ainda investir em música autoral?

Vitor: Fácil não está, mas antes de tudo, fazemos o que gostamos, somos autênticos e verdadeiros com isso. Então apenas seguimos em frente da melhor maneira possível. Nós também começamos a fazer um set acústico das músicas do disco, o que abre uma nova porta e também mostra esse outro lado que temos e queremos mostrar.

Guilherme: Para nós, musica autoral sempre irá compensar, o que nos move é o prazer de criar, ajudar nem que seja um pouquinho a fomentar esse mercado, diversifica-lo, orgulho de saber que mesmo um pouquinho, estamos contribuindo de alguma maneira com a cena autoral e independente.

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Postado em julho 4th, 2018 @ 21:21 | 1.760 views
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