Profecia do Caos – Pregação da Maldição
por Clovis Roman
O nome da banda e a capa simples sugeriam algo mais voltado ao Punk. Mas o som do Profecia do Caos (PdC) é calcado nos anos 90 e em algo mais moderno. É pesadíssimo também. O grupo de Poços de Caldas, Minas Gerais, tem em Brenner Valverde o grande destaque individual; o trampo de bateria é exemplar. O disco tem início com “Profecia” – após uma intro instrumental simplesmente animalesca – que abre o trampo como uma bicuda na cara, arrastadona, com um toque de Nevermore no trampo de guitarras (referência constante durante a audição), vocais guturais e marcante trabalho percussivo. As letras são agressivas, portanto, em acordo com a parte musical apresentada.
O álbum Pregação da Maldição segue com pedradas tão diretas como a abertura. O resultado soa como uma unidade sólida, que por 25 minutos instiga o ouvinte. A parede sonora do PdC não abre muito espaço para melodias ou passagens mais grudentas. O peso predomina e sufoca outros elementos, que poderiam dar uma identidade maior ao disco. Não chega a cansar já que o álbum não tem nem meia hora de duração, mas para uma amplitude musical mais vasta, eles podem considerar isto nas vindouras composições.
Em “Apocalipse do Ódio” há uma parte mais densa, climática, lá pelos dois minutos, que é uma mostra de como variar um tanto as músicas pode ser benéfico. A parte mais groovada alicerçada pelo baixo é bem interessante, e não desvaloriza o peso, muito pelo contrário, cria uma expectativa tensa pela volta da porradaria. É a melhor música do disco.
Foi divulgado por aí que um segundo álbum está planejado para o final de 2018. Que a banda faça muitos shows nesse meio tempo, para lapidar seu material. O trabalho em estúdio é bom, mas os sons aqui devem funcionar mesmo nos shows. Ao vivo certamente a profecia se cumpre e o caos se instala na plateia.
Tracking list
01. Intro/Profecia
02. Olhos Vendados
03. Punição
04. Nostradamus
05. Pilhagem
06. Apocalipse De Ódio
07. Visões
08. Pregação Da Maldição