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3 Jul 2024, 1:22 am

Album Review – Black Sabbath – Forbidden (New Remix 2024) – Nova Mix Faz Justiça Ao Álbum


Por Emerson Mello

Não é novidade que muitos fãs mais tradicionais do Black Sabbath sempre torceram o nariz para a fase da banda com Tony Martin, sendo que muitos até mesmo a renegam sob o pretexto de que não é o ‘verdadeiro Black Sabbath’. Por outro lado, existe uma legião de adoradores desta fase que há anos esperavam que ela fase fosse devidamente reconhecida, até mesmo pelo mestre Iommi, que até então nunca se interessou em relançar nada deste material, sendo que alguns álbuns estavam até mesmo fora de catálogo, dificultando o acesso dos fãs a este material. Mas os deuses do Metal ouviram nossas preces e Iommi já vinha tendo intensa movimentação na sua rede social anunciando o relançamento deste material, o que deixou os fãs com uma úlcera nervosa de tanta ansiedade. Eis que agora, exatamente no dia 31 de maio é relançado o álbum Forbidden com uma nova remixagem. Sempre foi consenso entre os fãs que Forbidden era um álbum mal-acabado, que passava a impressão de ter sido feito às pressas e sem muito cuidado com a produção. A bateria do mestre Cozy Powell por exemplo estava com um timbre irreconhecível, e no geral na sonoridade do disco faltava um brilho, detalhes que foram totalmente corrigidos nesta nova mix e dão outra vida ao álbum, sendo possível ouvir detalhes interessantes que passavam totalmente despercebidos na versão original. A bateria vem com o devido peso impressos por Powell e que o álbum merece, enquanto a guitarra vem mais clara e mais ‘cheia’ realçando os riffs e solos do Riff Master. A mix privilegiou também a voz que vem mais definida e com mais brilho. Em resumo no geral o trabalho ficou espetacular possibilitando a nós fãs de redescobrimos este álbum, que antes relegado ao patinho feio da discografia da banda, ganhou novo status no ranking dos fãs.  Recomendo audição usando fones de ouvido.

A personagem Ogri criado por Paul Sample.

Lançado originalmente em 1995, Forbidden é o décimo oitavo álbum da banda e recebeu muitas críticas na época e sempre foi relegado ao patinho feio na discografia da banda. O line-up repete a formação do anterior TYR, um time de primeira com os dois Tonys, mais Cozy Powell, Neil Murray e Geoff Nichols, mas tem uma mudança na produção, tendo Ernie C como produtor e também na mixagem. Ernie C era produtor do Body Count, uma banda ligada a cena Rap, o que gerou muitas críticas dos fãs, pois no resultado final ficou evidente que ele não estava à altura da tarefa de produzir uma banda do porte do Black Sabbath. O nome de Ernie C foi sugestão de alguém da gravadora e Tony Iommi simplesmente nem o conhecia até então. Outro erro grave de Ernie C foi tentar inserir batidas de hip-hop na bateria de Powell. Isto o ofendeu profundamente. Iommi declarou que “não se diz ao Powell como se toca bateria”.

A capa foi feita pelo cartunista e ilustrador britânico Paul Sample que também fez a ilustração de um vídeo de Get a Grip e o motociclista que aparece no vídeo é uma personagem criada por ele chamada Ogri. A capa explora do conceito do ‘proibido’ – tradução literal de Forbidden, do pecado original.

O álbum começa com Illusions of Power, uma escolha curiosa da banda visto que ela é cadenciada pra uma música de abertura. A música tem participação de Ice T na narração sendo ele também co-autor na letra, que faz críticas ao poder, corrupção tendo em sua frase final ‘I’ll save you from your dreams’. Uma ótima música, só achei que poderia estar em outra posição no disco. Get a Grip vem mais rápida com um riff tradicional de Iommi e foi escolhida como ‘música de trabalho’ com vídeo oficial, tem um refrão mais forte e Iommi tem bastante espaço pra solar. A música acelera no final e Powell imprime pressão nos dois bumbos. Can’t Get Close Enough começa cadenciada só com a guitarra fazendo a levada e Martin cantando por cima, a coisa vai crescendo até Iommi entrar com um riff cortante ditando o ritmo e na

No lançamento original não tinha a Loser Gets It All.

segunda parte a música fica mais pesada. Em Shaking off the Chains Iommi mostra porque é o Riff Master com um dos melhores riffs do álbum, daqueles impossíveis de não acompanhar com a cabeça. Na fase Martin não poderia faltar a balada e ela vem em I Won’t Cry For You, mas no Sabbath ela vem sempre com peso, afinal temos o Iommi na guitarra. Martin manda uma das melhores interpretações do álbum, caprichando bastante no refrão com notas dobradas, trabalhando muito bem nas notas altas, que sempre foi sua especialidade.

Guilty as Hell, outro riff clássico de Iommi e Martin usa mais o drive no vocal, colocando mais agressividade. O disco ainda não acabou e faltava ‘aquela’ intro clássica de bateria do mestre Powell, e ela veio em Sick and Tired, uma power ballad com toques de Blues que funciona muito bem onde Iommi explora o wah-wah. Em Rusty Angels parece que vai entrar a voz de Dio, composição bem no clima daquela época. Iommi não deixa por menos e arrebenta no solo. Na sequência a música título tem um riff bem interessante e o refrão traz uma boa reflexão ‘The best things in live aren’t given, these things ain’t for you and me/Every time you shout forbidden, makes me wonder what you see’. Na versão original do álbum, Kiss of Death seria a última música e ela tem um clima meio enigmático e alterna momentos lentos e sombrios com outros mais pesados, o que o mestre Iommi chama de ‘light and shadows’. Me lembrou algo na linha do que a banda fez na música ‘Eternal Idol’. O recado vem no refrão ‘Nothing you can do will hurt me/I am indestructible’ e no final a banda acelera com Iommi comandando o riff e Powell segurando tudo. Originalmente somente na versão japonesa, agora inclusa na versão remix, temos fechando o álbum Loser Gets It All, uma das minhas preferidas do disco, e está numa versão um pouco diferente com takes de vocal alternativos e o solo diferente.

Black Sabbath em 1995: Tony Martin/Tony Iommi/Cozy PowellQNeil Murray

A sensação ao terminar de ouvir o álbum é das melhores, o sentimento é um misto de alívio e euforia, pois sempre ficou evidente que o álbum tinha boas ideias e boas melodias e que tinha sido claramente prejudicado pela produção e pela mix ruim. Isto foi totalmente corrigido com esta nova mix que realçou o álbum e elevou a um novo patamar na percepção dos fãs, fazendo com que ele voltasse à roda de discussões e pelo que tenho percebido a maioria dos fãs aprovaram (e muito!) este relançamento. Outra grande notícia é que Iommi aproveitou e colocou todos os álbuns da fase Martin nas plataformas de streaming, acabando com uma lacuna que angustiava os fãs desta fase. Ponto para o Riff Master. Quem sabe os Tony’s não empolgam e lançam alguma coisa inédita?

*Ficha Técnica

Banda – Black Sabbath

Álbum – Forbidden (New Remix)

Lançamento – 31/05/2024

*Line up

Tony Martin – vocais

Tony Iommi – guitarras

Neil Murray – baixo

Cozy Powell – bateria

Geoff Nichols – teclados

*Músicas

01 – The Illusion of Power 4:51

02 – Get a Grip 3:58

03 – Can’t Get Close Enough 4:27

04 – Shaking Off the Chains 4:02

05 – I Won’t Cry for You 4:47

06 – Guilty as Hell 3:27

07 – Sick and Tired 3:29

08 – Rusty Angels 5:00

09 – Forbidden 3:47

10 – Kiss of Death 6:06

11 – Loser Gets It All 2:55*

Tempo Total – 42:00

*originalmente esta música saiu como faixa bônus apenas na versão japonesa.

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Postado em junho 11th, 2024 @ 07:11 | 88 views
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