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19 Apr 2024, 6:17 pm

Angra celebra passado e presente em Curitiba


Angra @ Pedreira Paulo Leminski, Curitiba – 27.08.2016

Angra em Curitiba

Texto por Kenia Cordeiro e Clovis Roman
Fotos por Clovis Roman

Inicialmente agendado para a Opera de Arame, uma espécie de teatro ao ar livre, em meio a rochedos e árvores, o show foi realocado para a Pedreira Paulo Leminski, que fica no mesmo “parque”, e que é um local reconhecido internacionalmente por ter recebido pesos pesados da música, como Iron Maiden, Paul McCartney, Ramones, Ozzy Osbourne, Judas Priest, David Bowie, Beastie Boys e por aí vai. O local, imenso, foi dimensionado para uma noite diferenciada. A pista virou estacionamento e o palco foi o espaço da plateia. Mas como? Um palco lateral foi montado em cima do palco original da pedreira (que é gigante à beça) e o público ficou ali, bem próximo da banda. O conforto das cadeiras é indescritível, mas com esta configuração ficou mais com cara de show de Metal mesmo e, sem contar, que esses que vos falam sempre tiveram curiosidade em saber como era a vista de cima do palco da Pedreira – e é realmente incrível.

Houve um atraso no início do show, pois um dos integrantes do Angra ficou doente, o que retardou toda a programação, o que foi devidamente explicado durante o show da banda de abertura. Enfim, a banda convidada para iniciar os trabalhos foi o Motorocker, que apresentou aquele show cheio de energia e engraçado a beça que é sua característica. Eles mandaram sons de seu último trabalho, Rock Brasil (2014), e também relembraram sucessos de seus álbuns anteriores. Um show rápido, com set reduzido, devido ao horário da Pedreira, porém conciso e vigoroso.

 

ANGRA
O Angra apresentou um repertório bem balanceado, encaixando o álbum Holy Land na íntegra mesclado a canções primordialmente mais recentes. Dos anos 90, além do supracitado disco, tivemos apenas duas canções: “Time”, do debut Angels Cry (93) e a esplendorosa “Wings of Reality”, do Fireworks (98); esta última foi já a segunda do setlist, surpreendendo. Antes do bloco especial, além da abertura com a nova “Newborn Me” (do Secret Garden), tivemos Rafael Bittencourt cantando “Waiting Silence”, daquele disco que é tido como o melhor deles até hoje: Temple of Shadows, que saiu há 12 anos.

Falando em Rafael Bittencourt, este assumiu definitivamente a posição de líder do grupo: toca magistralmente, interage com o público (muito mais que antigamente) e canta diversas músicas. Uma delas foi a antológica “Make Believe”, onde fez um belíssimo trabalho. Ele também, sozinho ao palco, cantou “Silent Call” (belíssima faixa do último álbum), “Lullaby for Lucifer” e “Deep Blue”. Nessas, inclusive com uma performance cênica realmente comovente.

Como se trata de uma turnê comemorativa, conforme foi anunciado, tivemos alguns convidados especiais, além dos ex-membros Luis Mariutti (baixo) e Ricardo Confessori (bateria), o show contou com o tecladista Juninho Carelli (Noturnall) e do percussionista Dedé Reis – vale ressaltar que esses últimos fizeram toda a diferença no show. Na trinca “Make Believe”, The Shaman” e “Z.I.T.O.”, Mariutti mostrou o motivo de ser um dos maiores baixista desse país. Enquanto “jesus” desossava nas quatro cordas, Felipe Andreoli ficou no fundo do palco filmando-o com seu celular. Justa reverência. Já Confessori teve performance apenas razoável, e apesar do sentimento nostálgico que sua presença despertou, pouco ou nada acrescentou musicalmente à apresentação.

Angra em Curitiba

O Angra, como de praxe, fez um show incrível. O italiano Fabio Lione está fazendo um trabalho excelente, e nessa ultima apresentação, especialmente, cantou de maneira soberba. A interação dos músicos no palco também estava ótima, era visível o clima de amizade entre eles e sua satisfação em fazer aquele show – como pudemos observar com os músicos Felipe Andreoli, Bruno Valverde e Dedé Reis, que quando não estavam tocando, estavam tirando selfies, dançando e aproveitando o momento.

No geral, a organização do show estava muito boa, o estacionamento organizado, o ambiente limpo – houve alguns contratempos característicos de shows, mas nada muito relevante. Gostaríamos de ressaltar o bom atendimento da equipe que trabalhava na barraquinha de merchandising da banda, todos educados e muito solícitos, o atendimento do pessoal responsável pela venda de cervejas (que, aliás, tivemos vários tipos de cerveja diferentes – nada de monopólio de cervejas que prometem descer redondo mas engasgam mais que um pentagrama) e o pessoal responsável pela venda dos lanches. O esforço de todos em oferecer um bom atendimento contribuiu mais ainda para que fosse uma noite inesquecível.

Um dos maiores nomes do Metal nacional de todos os tempos, o Angra se mostrou um grupo de sabe se reinventar. Eles celebram sim sua glória do passado mas ao mesmo tempo produzem material regularmente – e de qualidade. O golpe da perda de Kiko Loureiro para o Megadeth foi forte, mas seu substituto, Marcelo Barbosa, fez um ótimo trabalho. Rafael e sua numerosa trupe essa noite carregaram a bandeira do Angra com muita dignidade.

REPERTÓRIO
Newborn Me
Wings of Reality
Waiting Silence
Nothing to Say
Silence and Distance
Carolina IV
Holy Land
The Shaman
Make Believe
Z.I.T.O.
Deep Blue
Final Light
Time
Storm of Emotions
Lullaby for Lucifer
Silent Call
Synchronicity II (The Police)
Angels and Demons

Rebirth
Nova Era

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Postado em setembro 2nd, 2016 @ 11:11 | 2.696 views
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