Fallen Idol – Seasons of Grief (Nota: 10)
por Clovis Roman
O trabalho do Fallen Idol nos enche de expectativas antes mesmo de abrirmos a embalagem. Ao pegar Seasons of Grief, minha primeira impressão foi de que “certamente vai ser bom”. Neste caso, julgar o livro pela capa se mostrou uma decisão acertada. A espetacular capa, em tons rubros, passa um ar de austera agrura. O som, cadenciado com os dois pés numa mistura perfeita de Doom e Metal, é uma das melhores coisas que ouvi nos últimos anos no Brasil. Exagero? Ouça a abertura com a faixa título “Seasons of Grief”. De maneira bastante positiva, o som lembra muito a atual fase do Candlemass. Inclusive, eu ainda topo apostar 10 reais que eles convidaram Robert Lowe para cantar esta faixa e esqueceram de creditá-lo no encarte.
A segunda canção, Nobody’s Life, abre com um riff que remete escandalosamente à “Prophet”, do supracitado Candlemass. E a performance do Lowe brasileiro, cujo nome na verdade é Rodrigo Sitta, novamente impressiona. O timbre do cara é envolvente, poderoso e comedido quando necessário. Uma aula de interpretação vocal. E ele, sendo também o guitarrista, manda uns riffs e solos bastante competentes. A seguinte, “Unceasing Guilt” parece uma composição gravada pelo grupo de Leif Edling nas sessões de Psalms for the Dead (2012). Mas não se engane, o trio – não precisa de muita gente pra fazer um som foda – não é uma cópia apenas, e sim uma formação de respeitável qualidade. Eles conseguem trabalhar variações sem sair do seu estilo. Tampouco exageram em clichês da música pesada. Até mesmo na stoner “Satan’s Crucifixion”, a gritaria do cantor está bem encaixada – parece não haver um desespero em mostrar todas as habilidades de uma vez, algo que derruba muitas bandas. Eles a usam em prol da música.
Nessa saideira a banda segue para algo mais setentista, o que obviamente acaba remetendo ao Black Sabbath – o que no fim das contas não é tão distante assim do restante do disco. O vocal, mais agudo, causa um bom impacto. Antes do fim, ainda há espaço para pérolas como a pesadona “Heading for Extinction” e a “The Boy and the Sea”, escolhida para ser a primeira a divulgar o álbum. A mais curta, “Worsheep Me”, seria uma boa escolha também, pois além de sua duração reduzida (é a única com menos de cinco minutos), reúne todos os elementos ouvidos no disco. O veredito sobre Seasons of Grief foi unânime aqui na redação: É uma obra imperdível, de qualidade que nada deixa a dever aos similares vindos da gringa. Tem tudo para se tornar um clássico do Metal nacional.
MÚSICAS
01. Seasons of Grief
02. Nobody’s Life
03. Unceasing Guilt
04. Heading For Extinction
05. The Boy and the Sea
06. Worsheep Me
07. Satan’s Crucifixion
Contato: www.facebook.com/fallenidoldoom