Hatefulmurder – Red Eyes
por Clovis Roman
O álbum anterior do Hatefulmurder – No Peace, 2014 – chegou até mim a época de seu lançamento, e me surpreendeu; ouvi várias vezes. Ano passado entrevistei os caras (e a moça) para o Fanzine Mosh e agora tenho o prazer de resenhar o segundo disco do grupo carioca, que conta com dois estreantes em registros de estúdio: a vocalista Angélica “Burns” Bastos e o baixista Felipe Modesto. Posso adiantar que o saldo da audição foi bastante positivo.
Mas a abertura com “Silence will Fall” não soa tão poderosa, por ser uma composição com andamento estranho e riffs um tanto modernosos. Atualizar o som não é demérito, mas abrir com esta faixa não foi a melhor escolha. Mais impactante seria a segunda faixa, “Red Eyes”. Aqui tudo funciona nos conformes, a canção é bem estruturada e mescla diversos elementos, como vocais limpos, riffs convincentes, passagens que geram apreensão e refrão simples. A boa fórmula apresentada na faixa título se repete com sucesso em “Riot”, outro bom destaque. Os vocais são bem desesperados, bastante rasgados, às vezes até chegando bem próximo de desafinar. Mas a performance caótica de Angélica, como um todo, é bastante convincente.
O trampo de guitarras deu um salto criativo do disco anterior para este, e há elementos do Metal Sueco aqui e acolá, o que dinamiza o resultado final. E mesmo que não haja aqui nada que vá revolucionar o Metal, o trabalho transmite honestidade e musicalidade. E é pesado, com boas porções de velocidade. É o tipo de som que certamente funciona ainda melhor em cima do palco. O Hatefulmurder convence em pouco mais de meia hora de música. Inclusive está aí outro trunfo de Red Eyes: não há encheção de lingüiça. É tudo direto ao ponto, portanto, o recado é dado de forma convincente. Se a banda pintar na sua área, não deixe de ir no show.
MÚSICAS
Silence Will Fall
Red Eyes
Tear Down
Riot
The Meaning of Evil
Time Enough at Last
My Battle
You’re Being Watched
Creature of Sorrow
Contato: hatefulmurder.com