Metallica – Hardwire…To Self-Destruct
Por M. Malone
Após oito anos, Metallica finalmente confirma sua longevidade, com mais um álbum de estúdio: décimo da carreira. Depois do polêmico “Death Magnetic”, que seria sua “volta” às origens, apesar de muitos fãs mais fiéis não concordarem. “Hardwired…To Self-Destruct”, traz um lado mais sombrio da banda, e minimalista. Com composições mais diretas e sólidas, deixando um pouco a complexidade do álbum anterior.
De todos os trabalhos de estúdio, este é visivelmente o de maior influência de Mercyful Fate. É nítida na composição de músicas como “ManUNkind” e “Am I Savage? “; outras remetem a um breve retorno ao período mais controverso que foi entre os álbuns “Load”, “Reload” e “St. Anger”. Faixas como “Here Comes Revenge”, “Halo on Fire” e “Dream No More”. A terceira, com uma linha melódica de estrofe que lembra bastante Alice in Chains, ou ainda, “Murder One”, composta em homenagem ao Lemmy (Motörhead), recentemente falecido (vide vídeo Clip).
Agora, o que realmente me chama atenção no disco. “Hardwired”, a primeira música lançada, atingiu os 10 milhões de visualizações no Youtube em 13 dias. E hoje tem quase 25 milhões. É um clássico do Metallica estilo fast, Thrash, brutal. Muitos comentários dizem lembrar a clássica “Battery”, confesso não ter percebido tal semelhança. Em seguida, “Moth Into Flame”, mais um riff marcante de estrofe e Intro pesadas. Esta música, de letra inspirada em Amy Winehouse.
Seguindo a linha de composições mais “old school”, “Atlas, Rise!”, que talvez seja uma das melhores faixas. Um épico bem trabalhado e delicadamente arranjado, bem ao estilo “Death Magnetic”. Logo após o lançamento sucessivo das três músicas, em clips no Youtube, aparentemente as demais faixas “vazaram” na internet. E a banda, antes do lançamento oficial do álbum, resolveu de uma só vez divulgar todas as demais via Youtube, com seus respectivos clips. Há quem diga ter sido intencional… Quase todas as faixas têm também seus “Making Offs” no Youtube.
Agora, uma pausa para o que talvez seja a melhor composição do álbum. “Now That We’re Dead”, riff clássico ao meio tempo, marcante, pesado, sólido. Tudo o que você pode esperar de uma boa música ao estilo Hetfield/Ulrich. Aproveitando para comentar também que, Kirk Hammett não teria participado de nenhuma das composições deste projeto. Isso ocorreu por ter perdido um aparelho celular onde guardava idéias de mais de 250 riffs, segundo a banda. “Confusion”, outra que lembra bastante o gênero complexo de composição do álbum anterior. Para fechar, mais um épico que, sem dúvida, fica marcado nas melhores composições não só deste disco, mas também da banda. “Spit Out the Bone” uma intro clássica melódica de guitarras ao mais puro Speed Metal, tão marcante no começo da carreira.
O “especial” ao meio andamento é puro peso, e uma conexão de extremo bom gosto de riffs. Bem, estas são as 12 faixas que compõem o álbum tradicional, versão dupla. Para os maiores fãs uma edição de luxo tripla, foi lançada com o terceiro disco contendo versões nunca antes vistas de covers. Como “Remember Tomorrow” do Iron Maiden , “When a Blind Man Cries” do Deep Purple, um medley em homenagem ao Dio (A Light In The Black / Tarot Woman / Stargazer / Kill The King), ou ainda “Helpless”. Um cover gravado em estúdio no “Garage Days”, porém desta vez ao vivo. E ainda oito músicas dos dois primeiros discos também “live”.
Por fim, um capítulo à parte para o já tão comentado disco, que já está na segunda semana no top 200 da Billboard, tendo alcançado a primeira posição. Eu, particularmente, penso que ninguém faz nada na vida para ser mal sucedido. Ou seja, o Metallica ter alcançado todo o sucesso que conseguiu, ainda que com um “deslize” para muitos, nos álbuns período “Load” e “St. Anger”, reencontrou-se em suas raízes. Eu tenho muito mais interesse em ouvir este novo trabalho, que se arrisca a fazer algo novo, e que por razões óbvias nem sempre acerta, a escutar outras bandas, que lançam um disco após o outro sem nada de novo acrescentar, só o estilo clássico de Thrash Metal de meados da década de 80. Mas, aparentemente falar mal do Metallica, virou uma tendência.
Para não dizer modismo entre os fãs que querem se colocar em uma postura mais “roots”. O Metallica poderia contratar o melhor baterista do mundo, ou Kirk Hammett poderia fazer os melhores solos, como na época do “Master of Puppets” e “Ride The Lightning”. Ainda assim estariam sendo criticados. Eles cometeram o pior dos pecados. Ficaram ricos…
Tracking list:
Disc 1:
- Hardwired
- Atlas, Rise!
- Now That We’re Dead
- Moth Into Flame
- Dream No More
- Halo On Fire
Disc 2:
- Confusion
- Manunkind
- Here Comes Revenge
- Am I Savage?
- Murder One
- Spit Out The Bone