Wild Child – Seven (Independente – Nacional) – Nota: 8,5
Texto por Clovis Roman
Apesar do título, Seven é o segundo trampo de estúdio da galera do Wild Child. A banda de Curitiba, cujo embrião surgiu há quase dez anos, está com formação estabilizada desde as gravações do álbum anterior, Inside My Mind. Antes, eles tocaram muitos covers por aí e tiveram algus outros membros. Esse caminho trilhado contribuiu no amadurecimento musical. Se o debut já mostrava composições bem estruturadas, com arranjos rebuscados e vocal forte, em Seven o salto foi grande. Primeiro, há de se enaltecer o trabalho do cantor Erik Fillies, cuja voz potente tem uma pegada meio grunge (no bom sentido), o que dá um toque especial as canções. Ele também integrou o ShadowMaze, famosa banda local que está voltando a ativa e lançará álbum em 2016.
As composições aqui são mais compridas, e há partes com riffs mais pesados, beirando o Metal. As duas faixas iniciais, que somam quase 12 minutos, não comprometem, e servem para abrir caminho para a parte indispensável de Seven. Quando chega a vez de “All I Want, All I Need” é que a coisa esquenta de vez. Seu refrão é irresistível, e logo as frases “My Desires, my wishes are ruining my life, are wasting my time” grudam na cabeça. O instrumental é a cereja do bolo. Adjetivos que também se encaixam na seguinte, “Find Your Way”, a mais curta e por consequência, escolhida como primeiro single. O peso citado aparece com tudo em “The Circle of Hate”, que faz você esquecer que está ouvindo uma banda de Hard Rock. A audácia do quarteto chega aos limites em “Church Bells”, obra com 15 minutos de duração e dividida em três partes. Mas a ousadia deles se mostrou justificada, e a música é irrepreensível. O play se encerra com a boa balada “Don’t Turn Off the Lights”.
Além do belo trabalho de Fillies, é necessário citar os instrumentistas. Felipe Souzza (bateria e voz), Marcelo Gelbcke (guitarra e voz) e Thiago Forbeci (bateria e voz) são exímios em suas funções, e já emprestaram seu talento ao crooner Zé Rodrigo. Com ele, chegaram a gravar o DVD “Rock and Roll Celebration”. Portanto, a Wild Child é formada por gente gabaritada quando o assunto é música. Na parte lírica, eles resolveram se inspirar nos sete pecados capitais (daí o título e a quantidade de faixas). A capa é quase tão bonita quando a do disco de estréia, e a parte gráfica é bem interessante. Por fim, em Seven, apesar de terem focado um tanto mais no peso, e um outro tanto no Progressivo, eles não deixaram de lado o caráter festivo do Hard Rock de outrora.
Músicas
1. Never Let Yourself Down
2. Myself to Pieces
3. All I Want, All I Need
4. Find Your Way
5. The Circle of Hate
6. Church Bells
7. Don’t Turn Off The Lights