Patrick Pedroso – Labyrinth (Independente – Nacional) – Nota: 7,5
Texto por Clovis Roman
O estilo praticado por Patrick Pedroso é um verdadeiro labirinto, onde se perder é relativamente comum. Ou seja, achar uma saída é tarefa para poucos. No que tange a questão musical, o guitarrista, um virtuose sem dúvida alguma, tirou a tarefa de letra. Afinal, Labyrinth é um trabalho que não esconde suas intenções: é um trampo onde os holofotes estão todos virados para seu protagonista. E aí reside o grande trunfo do cara, mesmo sendo o chefão ele conseguiu dar uma consistência e uma unidade musical às 11 faixas presentes em seu disco de estreia. Ele brilha mas sem carecer de composições indulgentes e maçantes.
Ao mesmo tempo que temos demonstrações de técnica extrema, temos passagens cheias de melodia – a emotiva introdução de “New Days” é um belo exemplo – e outras tantas com o peso do Heavy Metal. O dinamismo é fundamental em álbuns de guitarristas, e Patrick sabe muito bem disto. Independente da intenção, “The New World has Born” tem um ritmo simples e passagens bem harmonizadas, escoradas por alguns riffs pesados e solos não tão velozes. Como um interlúdio, “Inspiration” abre caminho para sua continuação natural, “Visions of Time”; a primeira com um solo cheio de feeling e a segunda com violões caprichados na introdução, sendo a dobradinha responsável pelo momento mais sublime do disco. Claro, antes de entrar a parte rápida da segunda. O Power Metal veloz dá espaço a algo mais ritmado em “Sounds of Mind”. Outro momento de beleza música vem com o ‘outro’ “Freedom”, climático e que mostra a versatilidade na composição e execução de Patrick e seus comparsas.
Para músicos é indiscutivelmente essencial. Para quem gosta de música instrumental, também. E mesmo que você seja, a princípio, avesso a temas sem vocalista, sugiro mesmo assim ao menos uma audição. O material aqui é coisa fina.
Histórico
Seu primeiro contato com a guitarra demorou bastante, afinal apenas aos 15 Patrick Pedroso, oriundo da simpática cidade catarinense de Joaçaba, começou a desenvolver habilidades musicais. A alavanca foi, obviamente, o Metal, e desde então o cara se dedicou horrores as seis cordas, tendo passado por diversas bandas de pouca expressão. Seu trabalho mais significativo nesse ramo foi com a banda Warfield, com a qual gravou o EP Men, Machines & Memories, em 2012. E assim como sua antiga banda, que gravou no estúdio Silent Music, em Curitiba, o cara também usou a estrutura do local para gravar seu debut (mas há também partes gravadas em Joaçaba e em Chapecó/SC).
Para a batera, ele chamou Jarlisson Jaty, que já passou por alguns nomes de Rock cristão e atualmente integra o Doomsday Hymn, ex-banda do produtor Karim Serri, que gravou uma participação especial em Labyrinth. Ainda nos convidados especiais estão os músicos Jaison Danielli e Anghelo Rodrigues. Marcos Janowitz, que gravou o baixo no disco também recebe crédito por gravar um solo.
MÚSICAS
01 – New Ways
02 – Rage of The Storm
03 – Only Ashes
04 – Revolution
05 – New Days
06 – Some Creations
07 – The New World Was Born
08 – Inspiration
09 – Visions of Time
10 – Sounds of Mind
11 – Freedom