Com um álbum recém lançado e com o novo videoclipe, a banda capixaba Broken & Burnt nos concedeu uma entrevista falando um pouco sobre carreira, novo disco, cena brasileira, suas influencias e perspectivas para o futuro. Enjoy!
Por Deborah Torre
1 – Para os antigos e novos fãs, gostaria que você apresentasse a formação da banda e falasse sobre o começo e o amadurecimento musical de vocês. Conte um pouco sobre a rotina de ensaio e sobre o convívio entre vocês.
A banda é formada por Hugo Ali (Vocais e guitarra), César Schroeder (Guitarra), Denis Coelho (Baixo) e Apache Moons (Bateria). A Broken & Bunt surgiu no ano de 2011 em Vitória – ES. Inicialmente a idéia era somente gravar alguns riffs de guitarra que Hugo tinha guardado desde a época da Shotgun Corporation, sua antiga banda onde tocava bateria, naquela época estes mesmos riffs não se encaixavam no contexto da banda, sendo assim ele me convidou para gravar alguns solos e tivemos então nossa primeira demo chamada ‘’Hate Will Grow’’, como o material teve uma grande aceitação decidimos formar uma nova banda, convidamos Denis Coelho e Apache Moons que já conhecíamos de outras bandas e foi assim de forma natural que começamos a se projetar no cenário capixaba.
Como estamos prestes a lançar o novo disco chamado ”It Comes to Life” as rotinas de ensaio estão sendo exaustivas, o nível de complexidade do disco é um tanto maior que o primeiro, existem muitos detalhes que não podem passar em branco e pra isso acontecer temos que nos dedicar bastante nos ensaios, mas tem sido bem bacana acompanhar essa evolução pessoal de cada um e da banda em si, é um processo cansativo porém recompensador. Somos amigos de longa data, então o processo acaba sendo leve, num nível de camaradagem mesmo, porém sabemos a hora de ser profissionais, pois apesar de estarmos no ”Underground” uma série de coisas devem ser levadas muito a sério.
2 – Quais são seus ídolos, referencias e inspirações?
A banda é influenciada de Southern Rock à Black Metal, de Lynyrd Skynyrd a Behemoth, passando por Sabbath e Slayer, cada um da banda tem um gosto pessoal distinto, às vezes gostamos das mesmas coisas, mas a diferença pode ser enorme e isso resulta diretamente no nosso estilo. Muita gente relacionava nosso som à bandas como Pantera e Machine Head, hoje já dizem que somos um casamento de Alice in Chains com Helmet (risos), até gostamos dessas bandas e nos identificamos com algumas coisas, mas a idéia é fazer algo novo, não soar como alguém, afinal é uma coisa normal as pessoas compararem uma banda à outra, estamos acostumados com isso.
3 – Vocês se identificam – ou se rotulam – por qual estilo? Ou tentam sempre fugir de rótulos mas se mantendo dentro do Heavy/Stoner?
Heavily Distorted Music, é o nosso novo rótulo (risos), estávamos conversando certo dia pra saber qual seria o nosso novo ”estilo” e não conseguimos chegar a lugar algum, devido a dificuldade de definir, então pra escaparmos disso criamos esse termo que representa fielmente o novo disco, música pesada e distorcida sem frescura, para os amantes de Rock/Grunge/Metal/Stoner e derivados. Enfim, não temos essa ”vontade” de fugir de rótulos, até porque eles são criados a todo momento, mas nosso novo disco é uma mistura de muita coisa que estamos acompanhando nos últimos anos.
4 – O novo álbum sairá por qual gravadora?
O disco foi idealizado pela ”Voadora Records” de Vitória – ES, que é um selo de bandas independentes surgido em meados de 2013, que nos apoia sempre em todas empreitadas e pelo selo ”Subtrópico” que também é de Vitória, onde a partir de sua sede, a ”Casa Verde” que fica no coração da cidade, tem rolado articulações de turnês de bandas de todo cenário nacional.
5 – Conte nos como foi o processo de gravação do seu álbum, o ” It Comes to Life”, qual era a idéia inicial? Quem fez a capa e quem produziu?
O novo álbum foi gravado e mixado no Studio Voadora por Igor Comério, que acompanhou de perto a produção do disco, com participação de P. Lee Rockman, sempre presente em todos nossos trabalhos, e masterizado por Ricardo Mendes. O disco começou a ser pensado por volta de 2013, após o lançamento do Split-EP ”Stolen-Unsober” com a banda Blackslug ao qual Hugo toca bateria, nós tínhamos algumas idéias de riffs 4 tons abaixo do qual estávamos acostumados e também ocorreu de estarmos lendo o livro de Mary Shelley ”Frankenstein”, toda a forma obscura como é a escrita dessa obra nos inspirou a fazer um álbum conceitual e isso aconteceu de forma natural, nada planejada, a partir disto então a ideia era fazer um álbum com uma pegada mais ”suja”, menos agressiva do que o debut ”Let The Burning Begin”.
O disco demorou quase 2 a ser concluído pois alguns integrantes da banda moraram fora por algum tempo e isso atrasou todo o processo, porém no início de 2016 colocamos força total e só saímos do estúdio após a conclusão. Gustavo Rodrigues, amigo de longa data e ilustrador é o responsável pela arte do disco, ele também fez as capas do ”Let The Burning Begin” e ”Stolen-Unsober”.
6 – Com o lançamento de “It Comes to Life”, existem perspectivas de lançamento digital ou no exterior?
Sim, lançaremos o disco por agora, no início de Julho, e pretendemos fazer novas parcerias com selos de outros países para lançamento posterior lá fora. O disco vai ser lançado tanto em plataformas digitais como de forma prensada, no formato Digipack.
7 – Dentro deste lançamento de vocês, vocês lançaram o vídeo de “Dead Womb”. Como foi esse processo de gravação e produção?
O clipe de ”Dead Womb” foi meio que uma idéia que surgiu após a conclusão do disco, no fim das contas ele é simples e bem objetivo, onde a gente toca na sala do nosso baixista Denis e as demais cenas foram gravadas na casa do Jhenesson, que produziu o clipe. Não tínhamos o maior dos orçamentos para a execução do projeto, mas o resultado final nos agradou, passou bem a ideia da música que fala sobre o paradoxo e dor do criador ao ter que conceber vida a outro ser.
8 – Como é para vocês a cena local? Quais são as maiores dificuldades que vocês tem aqui no Brasil e no Espírito Santo?
A cena capixaba é pobre, faltam lugares para tocar, faltam produtores de shows que tratem as bandas autorais com mais respeito, não faltam bandas que correm atrás do seu próprio espaço, temos excelentes bandas com CDS lançados, mas infelizmente não há suporte, mas sabemos que o problema não está só no nosso estado, é um problema a nível de Brasil. Os shows costumam ser onde a banda retira um pouco do sustento com materiais de merchan, como CDS e camisas, não falta gente comprando material e apoiando a cena local e as bandas, disso nós temos certeza, mas muita coisa precisa melhorar, vivemos a muito tempo no underground pra saber que este é um problema que vem sendo arrastado a décadas mas não desistimos de acreditar no nosso potencial e nem vamos parar por conta disso.
9 – Existe diferença de público nas cidades que vocês visitam? Conte-nos sobre o show mais importante que vocês fizeram, e qual foi o público de qual cidade que vocês mais tiveram a melhor receptividade?
Cada show tem sua importância, mas creio que o show que abrimos para o VIPER foi o mais importante, a responsabilidade era grande, a casa estava cheia, mas conseguimos dar conta do recado, a galera agitou bastante e a partir desse show começamos a ganhar novos seguidores e pessoas que passaram a apoiar a banda incondicionalmente, foi algo surreal. Agora em questão de cidade, tocamos em várias cidades do interior capixaba, cada uma delas nos recebeu muito bem, locais como São Matheus, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Iuna, temos histórias em cada uma delas e se pudéssemos repetiríamos a dose, viajar e tocar para nós é umas das melhores coisas da vida.
11 – Vocês fizeram alguns shows em São Paulo no mês de julho! Como foi feito o convite e quais foram as experiências?
Sim, dia 15/07 tocamos no Zapata em São Paulo na turnê de 10 anos da banda ”Projeto Trator”, e dia 17/07 vamos tocamos em Rio Claro no Tortuga’s. A experiência foi maravilhosa! Estamos muito felizes de poder levar nosso som pra outro estado pela primeira vez, é um momento importante para a banda e o aproveitamos da melhor maneira possível, festejando com os amigos!
12 – Vocês tem planos de tocar pelas Américas e Europa?
Ainda não temos planos pra tocar em outros países, a meta agora é divulgar ao máximo nosso novo disco e conseguir mais shows fora do ES, de repente quem sabe não rola uma oportunidade?
13 – E por último aquela mensagem para a galera e seus fãs!
Obrigado a todos que apoiam a banda, curtem nossos vídeos e músicas, que compram nossas camisas, que nos suportam em todos os momentos, sem vocês nada disso teria sentido. Fiquem ligados no novo disco que está saindo, vocês vão gostar do resultado!
César Schroeder Reis
Clipe – Dead Womb – https://www.youtube.com/watch?v=q2jPIvIk-RY
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