Entrevista com Sacredeath
Entrevista por Anna Tuttoilmondo
O Sacredeath é referência quando falamos de metal paranaense. Com 10 anos de estrada, os veteranos já lançaram dois álbuns, participaram de duas seletivas do Wacken Open Battle e já abriram os shows de grandes bandas como Krisiun e Destruction. Após um longo hiato, o Sacredeath retorna com novo line-up e a produção do seu tão aguardado terceiro álbum. Confira o bate-papo que fizemos com o vocalista e guitarrista Alessandro Martins.
- Esse ano a banda completa dez anos. Como vocês analisam essa década para o Sacredeath? O Sacredeath surgiu em 2007 como todas as bandas tocando covers, mas sempre visando o som próprio e apostando no som do Sacredeath. Ao longo desses dez anos tivemos altos e baixos como toda banda underground. Lançamos dois álbuns, o Welcome Tho The Darkness Birth, produzido pelo Avant Garden Studio e o Spreading Death, produzido por Murilo de Rós. Saímos na Roadie Crew nª 119 como revelação do metal nacional por dois anos seguidos, tocamos em diversos festivais pelo Brasil, ao lado de grandes nomes do metal nacional e internacional, nossos dois álbuns foram distribuídos na Europa e no Japão, conquistamos muita coisa com o Sacredeath ao longo dessa década. Poucas bandas conseguem permanecer tantos anos assim no underground, lutando pelo seu espaço e se destacando no meio de tantas bandas boas no cenário Metal, no meio de estilos novos e rótulos que a cada ano surgem. O Sacredeath tem amor pelo que faz, seja tocar ou gravar álbuns. Para nós, estar juntos aos fãs é gratificante e estamos muito felizes por contribuir com uma década de metal para Curitiba, o Brasil e o mundo.
- A banda passou por mudanças em sua formação e hoje contam apenas com dois integrantes, Alex (Alessandro Martins) e Cristiano Hanz. Como vocês estão dividindo as funções entre os dois integrantes remanescentes? Vocês pretendem fixar novos integrantes?
SACREDEATH teve uma brusca mudança no line up porque nosso antigo vocalista e guitarrista, Marcelo Lima, que esteve na banda desde o início, devido a vários problemas não pode mais acompanhar o Sacredeath. Foi recrutado um guitarrista desconhecido no meio metal, mas que toca muito, o Bruno Basilio. As funções sempre foram divididas entre todos os integrantes e hoje quem toma a frente sou eu, que também atuo como manager, já que infelizmente acabamos trabalhando com empresas gerenciavam a banda, mas só pensavam no lucro próprio.
Hoje o Sacredeath conta em seu line up: eu, Alessandro Martins, guitarra e vocal, Bruno Basilio na guitarra e Cristiano Hanz na bateria. Vamos recrutar um novo baixista em breve. Fica o convite para os baixistas que leem a Mosh! - Vocês estiveram fora da cena underground durante um longo período. Porque esse hiato e a demora em lançar o terceiro álbum?Estivemos fora do underground por uns 3 anos, mas nunca deixamos de acompanhar a cena curitibana, brasileira e mundial. Não paramos de tocar, pois, cada um tinha seus projetos paralelos em outros seguimentos da música, e, devido a problemas, fomos obrigados a ficar esse período fora do underground. Como toda banda ou relacionamento há desgastes entre integrantes, problemas pessoais que atrapalham a carreira de qualquer banda. Por isso a demora em gravar o terceiro álbum do Sacredeath.
- O que os motivou a retornar e como vocês analisam a atual cena metal?
O Sacredeath sempre apostou em sua música e esse retorno da banda é definitivo. Agora sabemos que podemos seguir em frente sem ter problemas com egos, como os de integrantes que já passaram pela banda e estamos vacinados contra vários tipos de câncer que atrapalham a cena do metal no Brasil. Vamos seguir em frente com sangue nos olhos como sempre fizemos, com material de qualidade para os fãs da banda.
Sobre a cena atual acho que o metal está numa constante evolução, com muitas bandas surgindo no mundo todo, em vários estilos (heavy, thrash, doom, black, gothic) e isso é muito bom para os fãs de metal em geral. No entanto, o que falta para as bandas é espaço para mostrar seus trabalhos, pois, muitas casas trabalham com bandas covers, o que é lucro certo para eles, mas existe uma cena muito forte em outros estados brasileiros que lutam pelo underground.
- Atualmente vocês estão gravando o sucessor de “Spreading Death”. Contem-nos como está indo processo de gravação do terceiro álbum da banda.
Estamos em fase de pré produção do novo álbum, já temos 8 músicas prontas e estamos gravando no Silent Music Estúdio com o produtor Karim, produtor de renome em Curitiba que já gravou diversas bandas de metal. Para esse álbum teremos várias surpresas para os fãs de metal, como a participação de alguns membros de outras bandas que não posso revelar no momento. Estamos em constante aprendizado, porque, a cada álbum, queremos fazer melhor que o ultimo e hoje temos um mercado fonográfico que os fãs exigem cada vez o melhor de cada banda, seja em na capa ou no som, e quem não estiver à altura das bandas que trabalham duro, fica para trás. O Sacredeath sempre procurou inovar dentro do metal e, com certeza, será um dos melhores álbuns da nossa carreira.
- O que os tem inspirado na hora de compor?
Fontes de inspiração surgem, ás vezes, do nada, seja uma escrita pichada que vimos em um muro ou alguma outra situação qualquer. Mas temos ouvido várias coisas dentro do metal, como Kreator, Metallica, Exodus, Soilwork, InFlames e Behemoth. Cada integrante tem suas bandas preferidas e isso é bom, pois, acrescenta na hora de compor. - Vocês já dividiram o palco com grandes bandas como Krisiun, Torture Squad e Destruction. Como é a experiência de tocar ao lado de grandes bandas e como a vocês foram recebidos pelo público? Vocês sentem que shows assim abriram mais portas para vocês?Para o Sacredeath é uma honra dividir o palco com bandas que sempre ouvimos, porque, em primeiro lugar, sempre fomos fã dessas bandas e nos espelhamos neles. Conhecer seu ídolo e tocar no mesmo palco é incrível!
Mas o melhor de tudo é ser convidado para abrir os seus shows, o que é um grande reconhecimento, já que a maioria das bandas pagam para abrir shows de bandas grandes. Além disso, oportunidades assim expandem o nosso som para pessoas que frequentam os shows de bandas gringas mas não acompanham a cena da sua cidade, sendo mais um aparato para conhecer o seu som, divulgar e virar fã da sua banda.
Em relação ao público sempre tivemos uma ótima recepção, seja em qualquer cidade que tocamos, sendo headliner de festivais relativamente grandes em Santa Catarina ou em Curitiba, sempre tivemos uma relação ótima com o público e o fã que acompanha a trajetória do Sacredeath. - Vocês já participaram do Wacken Open Battle. Voltariam a participar de concursos assim?
Sim, participamos de duas seletivas no Wacken Open Battle e para o Sacredeath foi ótimo ser selecionado no meio de tantas bandas boas do cenário, mostrando que você está trabalhando muito e está sendo reconhecido, fora que você está exposto na mídia mundial. Isso contribui muito para as bandas selecionadas. Com certeza voltaríamos a participar e representar o metal brasileiro no Wacken Open AIR. - Quais os planos para o futuro do Sacredeath?O Sacredeath vai lançar o novo álbum até o começo de janeiro, porém, ainda não temos um selo definido para lançar. Também iremos sair em turnê pra divulgar e estamos terminando o DVD, que está previsto para ser lançado em dezembro de 2016, que conta a trajetória da banda ao longo desses dez anos de luta no underground. Temos alguns shows até o fim do ano, inclusive o EXTREME HELL FEST, festival que apoia a cena underground de Curitiba e que, esse ano, vai acontecer dia 11 de dezembro, com arrecadação de alimentos para pessoas carentes e para o hospital do câncer. A meta agora é não parar e trabalhar duro pra levar o som do Sacredeath ao quatro quanto do mundo e com sangue nos olhos.
- Deixem uma mensagem para os leitores da Fanzine Mosh!Em primeiro lugar o Sacredeath queria agradecer ao Fanzine Mosh, pela oportunidade de expor algumas dúvidas em relação a banda. Venho acompanhando a Mosh e vejo o belo trabalho que ela está fazendo no cenário underground, somando ao metal brasileiro e mundial, são pessoas como vocês que fazem o Sacredeath continuar a seguir em frente. Agradecemos a todos que de alguma forma contribuíram para a banda, todos vocês que ajudam a banda comprando material e acreditando em nós, são vocês que merecem todo o crédito que uma banda possa ter, pois são os fãs que fazem a mágica acontecer. Obrigado por tudo e vida longa ao Metal!
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