por Emerson Mello
Batemos um papo com o baixista e vocalista Clayson Gomes e com o guitarrista Cristiano Plácido sobre os projetos futuros e tudo que está rolando na 80 Rock.
Confiram!
FM – A 80 Rock iniciou suas atividades em 2013, com você e o guitarrista Cristiano Plácido. Como surgiu a idéia de montar uma banda?Vocês já se conheciam ou tinham outro projeto musical juntos?
CLAYSON – A banda surgiu em 2013, quando eu e o Cristiano, vizinhos que somos e já tínhamos participado de alguns projetos juntos, como a banda Dona Zilda, que encerrou suas atividades em 2010. Cada um foi cuidar das suas coisas, eu do trabalho e o Cristiano estava terminando a faculdade. Fizemos um hiato de dois anos sem nenhuma atividade relacionada à música até que em dezembro de 2012 nos encontramos pra trocar umas idéias e daí surgiu a idéia de montar um trabalho nosso.
Queríamos que dessa vez fosse algo diferente de tudo que até então tínhamos feito, decidimos por fazer um trabalho autoral, no início de 2013 nasce a 80 Rock com a proposta de tocar algumas releituras dos anos 80 e aos poucos inserindo o nosso trabalho autoral. Assim foi feito e cada vez mais as nossas composições ganhavam cada vez mais espaços no repertório. Fazíamos aí o nosso espaço para a migração por completo ao trabalho próprio que se deu com o nosso primeiro ep Nem Tudo Está Perdido.
FM – E como surgiu a idéia deste nome?Qual o conceito por trás dele?
80 ROCK – Como a maioria dos brasileiros somos um pouco saudosistas com os anos 80, muitas das nossas bandas preferidas são desta época e como falei antes, iríamos tocar umas releituras dessa época e nada mais justo em poder homenagear esse período fantástico da música tendo a época como nome da banda. E é claro ajudaria muito na divulgação do trabalho o obvio seria 80 Rock tocar anos 80 não é mesmo! De certa forma é isso que tocamos não é por que somos uma banda autoral que as pessoas não possam enxergar traços muito fortes daquela época.
FM – Na discografia da 80 Rock temos dois trabalhos: “Nem Tudo Está Perdido” de 2015 e “Destino” de 2018, sendo que ambos são em formato de EP. Qual o motivo de trabalhar somente em EP? Acreditam que neste formato o resultado é mais efetivo?
80 ROCK – Hoje em dia mudou muito a forma das pessoas consumirem a música de um modo geral, antigamente as pessoas esperavam um cd com no mínimo 12 faixas onde eles podiam se deliciar e viajarem por aquelas faixas, por muito tempo foi assim. Com a mudança de mercado e a forma como as pessoas passaram a consumir música “principalmente no Brasil’’, percebemos que pelo menos pra nós o resultado com o formato EP se mostrou mais eficaz. Por trabalharmos na vertente do Progressivo como fonte principal das nossas composições e com músicas grandes, foi a melhor fórmula pra gente.
FM – Além dos lançamentos oficiais vocês participaram de algumas coletâneas, como da Roadie Metal, Stay Rock Brasil e outras. Como foi o resultado com estes lançamentos?
80 ROCK – Além da Roadie Metal, Stay Rock Brazil teve OSubsolo, Radio Rock Nation, Metal 2012 do Chile etc. O resultado foi muito além do esperado, começando por ter o trabalho citado em várias resenhas feitas acerca das coletâneas isso ajudou muito alavancar o trabalho.
FM – Vocês têm uma forte divulgação em rádios, inclusive em rádios fora do Brasil. Conte-nos um pouco sobre este trabalho e como tem sido a receptividade nas rádios de países que não falam português, como Itália, EUA, Noruega.
80 ROCK – Muitas web rádios brasileiras abriram as portas ao nosso trabalho e em pouco tempo não conseguíamos mais saber onde o trabalho estava chegando. Ficamos felizes em ter o trabalho se espalhando pelo País o que pra uma banda autoral faz toda a diferença, mas decidimos nos arriscar um pouco e começamos a mandar o trabalho pra América do Sul e foi daí que o trabalho começou a ficar conhecido fora do Brasil. Alguns Programas que nos ajudaram muito foi o Almas de Metal da Nicarágua e com retransmissão para a Europa pela Rádio Latim América e o La Hora Del Terrock do Chile. Foi questão de tempo para o trabalho se espalhar aqui na América do Sul e devido ao intercambio começou a chegar em outros países como Noruega, Italia, Estados Unidos, Portugal, etc. Hoje no Spotify 70% dos nossos ouvintes são de fora do Brasil com predominância para os Estados Unidos. Inclusive temos nossos EP’s na playlist da Aple Americana.
FM – Um dos fatores que muitos músicos e bandas reclamam hoje em dia é de ter poucos shows e de falta de espaço pra tocar, mas a 80 Rock está sempre com uma agenda bem movimentada. Como a banda está conseguindo driblar esta dificuldade e manter a agenda fluindo?
80 ROCK – No início como tudo na vida não foi nada fácil, mas com o passar do tempo fomos aos poucos criando uma rede de contatos, fazendo amigos e um fator fundamental são as parcerias com outras bandas. Aqui em Minas sempre ouvimos falar que bandas tributos ou covers não se misturam com bandas de trabalhos autorais e na verdade pra gente é ao contrário, a maioria dos nossos shows são em parcerias com bandas de outros estilos, pois acreditamos no Rock como uma unidade e sem distinção Rock é Rock e ponto final.
FM – Vocês têm um excelente histórico de participação em festivais, inclusive foram premiados em vários deles. Qual é o segredo?
80 ROCK – A banda fica sempre antenada nas divulgações de festivais, seja por meio de comunicação com outras bandas e também por meio de uma plataforma que contratamos que nos passa boa parte dos editais e datas dos festivais que estão marcados pra acontecer no Brasil. Em relação às premiações acredito que é conseqüência de uma rotina constante de ensaios e de sempre tentar melhorar algo que não deu certo nos festivais anteriores.
FM – Ouvindo o som da 80 Rock, percebemos uma banda muito eclética em termos de sonoridade. Quais são as principais referências musicais da banda?
80 ROCK – Realmente a banda é bem eclética, essa característica se dá pelos diferentes formações e gostos musicais de cada integrante. O Clayson (vocal) tem uma formação autoditada, tem influência das bandas nacionais como: 14 Bis e Clube da Esquina e as internacionais Whitesnake e A-ha. O Lúcio (teclado) teve vivência na música Gospel devido aos seus estudos musicais na igreja. O Nerio (baterista) tem uma influência mais eclética, mais tem traços marcantes Rap e do Hip Hop. O Cristiano (guitarrista)possui influência das bandas de pop Rock e Rock das décadas de 90 e 00, como: Capital Inicial, Cpm22, Charlie Brown Jr, RHCP, Linkin Park e System of a Down. Porém todos têm em comum o gosto pelas músicas das décadas de 70 e 80.
FM – A música ‘Felicidade’ tem um clima meio gótico que remete às principais bandas oitentistas do estilo. Qual foi a concepção que vocês quiseram trazer para o vídeo desta música?
80 ROCK – De fato “Felicidade” tem uma vibe meio de suspense, e em conseqüência disso queríamos fazer um clipe com essa mesma sensação. Quando o Fred Chamone apresentou a idéia e o roteiro do vídeo nós aceitamos na hora, pois tinha tudo haver com o que queríamos. Acreditamos que uma garota sozinha no meio da floresta, procurando algo que não é revelado e as partes da banda na penumbra, deram este ar misterioso para o clipe, indo de encontro à sensação quando ouvimos a música.
FM – Alguma letras são bastante enigmáticas e reflexivas, como por exemplo “O Poder o Vício do Rei” e “Destino”, pra citar algumas. Quem são os principais compositores e o que inspira vocês nas letras?
80 ROCK – Clayson e o Cristiano são os compositores da banda e a proporção é praticamente meio a meio. Boa parte das músicas tem composição conjunta, como por exemplo “Destino”. A inspiração vem de fatos do dia a dia, vividos pelos integrantes da banda, e as letras são um tipo de mensagem de superação das adversidades e explanação de outros sentimentos.
FM – Na música “Tomaram a Cidade” temos versos como “Tomaram a cidade, mas não a mim. Vamos defender nossa liberdade”. Esta letra foi inspirada em algo específico?Qual foi a mensagem que quiseram passar com esta música?
80 ROCK – Essa música foi inspirada na épica batalha de Stalingrado entre alemães e russos, essa batalha foi um fato importante da Segunda Guerra Mundial. Graças a uma resistência incrível do povo e exército russo, mesmo massacrados aos milhares e com praticamente toda a cidade tomada pelos alemães, conseguiram reverter a situação da batalha e da guerra como um todo. Com essa música, queríamos resumir um pouco dessa ação de bravura e resistência. Mas também nada impedi de termos uma interpretação diferente que remete as lutas atuais do cotidiano, como a corrupção e o preconceito.
FM – Vocês já têm planos para lançamento de um novo trabalho, inclusive eu tive acesso a duas músicas novas e acredito que será o melhor trabalho da banda, pois é nítido o amadurecimento musical da banda. Como está o andamento deste trabalho?O que podemos esperar dele?
80 ROCK – Esse novo trabalho será o EP “Asas pra Voar” que terá 06 faixas, nesse momento temos 04 faixas gravadas, porém as gravações das duas músicas restantes estão paralisadas graças à esta pandemia. Acreditamos que com dois meses pós pandemia conseguimos lançar o trabalho no mercado. Será um trabalho mais maduro com composições mais ousadas, mas não deixando a identidade musical da banda construída nos dois trabalhos anteriores.
Considerações finais.
80 ROCK – Gostaríamos de agradecer a você Emerson Melo pelo apoio de sempre e dizer que foi um grande prazer poder contar aqui um pouco do trabalho da banda, são oportunidades assim que temos a chance de levar um pouco do trabalho para mais pessoas.
*Line up:
Clayson Gomes – Vocal/Baixo
Cristiano Plácido – Guitarra
Lúcio Machado – Teclado
Nério Vitor – Bateria
*Discografia
(2015) – Nem Tudo Está Perdido (EP)
(2018) – Destino
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