Por: Marcia Cardoso
Formada em 2010, o DIABÁLLEIN é uma banda de Black Metal que ganhou um estrondoso destaque na imprensa nacional e internacional com seus mais recentes lançamentos, “Misosophy” e “Misanthropy Chronicles” (2022). Considerado um dos principais nomes do estilo no Brasil atualmente, a banda falou com exclusividade com o Fanzine Mosh e revelou algumas novidades incríveis para 2024. Confira agora:
FM – Para começar, como os membros da banda se conheceram e o que os inspirou a formar a DIABÁLLEIN em 2010?
Jean Misfortune – Já nos conhecíamos antes da criação do Diabállein, enquanto eu e meu irmão (Ivan) fazíamos parte da Supremos, o Octavius Voxum era vocalista de uma banda de Death Metal chamada Imperium. Participávamos dos ensaios um do outro, quando veio o fim de ambas decidimos nos unir e criar a uma nova que trouxesse uma sonoridade mais densa e abrangesse ideias mais obscuras.
FM – Gostaríamos de saber mais sobre os seus álbuns mais recentes, “Misosophy” e “Misanthropy Chronicles”. Poderiam compartilhar um pouco sobre a inspiração por trás desses trabalhos e o processo de criação?
Jean Misfortune – “Misosophy” foi um álbum do qual tive a experiência de gravar o vocal, foi um período bem difícil e de grande aprendizagem, pois foi minha primeira experiência como vocalista, as letras desse álbum são altamente filosóficas e melódicas, tenho um grande apreço por ele, pois pude superar grandes questões internas e fazer um trabalho consistente com a banda. O “Misanthropy Chronicles” marcou o retorno do Octavius no vocal, com uma sonoridade totalmente diferente do que tínhamos já feito até então, o álbum traz seu âmago a síntese das angustia e inquietações obscuras da humanidade, tanto na parte instrumental como nas letras que retratam as contradições hipócritas advinda das religiões. Misanthropy Chronicles representa a afirmação da existência nas mais profundas dores do mundo.
FM – Como foi o processo de composição e gravação desses álbuns? Vocês enfrentaram algum desafio significativo durante o processo?
Jean Misfortune – Foi trabalhoso, tivemos que ensaiar constantemente e aperfeiçoar cada música para facilitar na gravação, já que não usamos metrônomo. Foi bem prazeroso o resultado e acreditamos que as músicas soaram de uma maneira bem orgânica e natural.
FM – Como tem sido a recepção do público e da crítica em relação a esses álbuns? Existe uma faixa ou aspecto que vocês acreditam que se destaca em particular?
Jean Misfortune – O público demonstrou ter apreciado muito esse trabalho, recebemos críticas muito positivas, o que nos motivou mais para criar novos trabalhos, hoje em dia as pessoas estão mais relapsas em relação a buscar sons, bandas novas, preferem erguerem seus altares nostálgicos, fato que nos movimenta a sermos mais incisivos no nosso trabalho em alimentar a cena extrema. Na minha opinião acho que a faixa “When The Pain Encounters Suffering” pela execução e as alternâncias que ocorrem dentro da música, é a música mais trabalhada e mais diferente que fizemos.
FM – Como vocês descreveriam a atmosfera e a mensagem geral por trás da música do DIABÁLLEIN?
Jean Misfortune – Diabállein é uma banda ríspida e caótica ao mesmo tempo possui melodias marcantes e cheias de tristezas e desespero. Buscamos representar os infortúnios da existência humana.
FM – Os videoclipes podem ser uma maneira poderosa de transmitir a mensagem por trás das músicas. Vocês têm planos de lançar novos videoclipes no futuro? Se sim, pode nos dar alguma dica sobre o que podemos esperar?
Jean Misfortune – Os clipes representam a materialização da musicalidade da banda, gostamos muito de assistir de ver como as músicas viram arte e se completam nas cenas criadas, temos planos sim de fazer novos, nos próximos iremos ressaltar ainda mais o contexto mórbido da banda.
FM – DIABÁLLEIN é conhecida por suas performances ao vivo intensas. Como tem sido a experiência de tocar ao vivo recentemente? Vocês têm algum show ou tour programado para o futuro próximo?
Jean Misfortune – Somos uma banda com predileção em relação a aparelhagem, por termos um som específico, gostamos muito do ao vivo e buscamos por eventos que tenham essa visão estrutural para que as bandas tenham meios para entregar um som bem encorpado, já tocamos em diversos lugares e sabemos da dificuldade em movimentar e organizar shows no underground, mas acreditamos na busca pela excelência em promover o melhor para as bandas e pro público. Não temos shows marcados para esse fim de ano, estamos focados nas novas composições e estamos trabalhando continuamente em cima delas.
FM – Além dos álbuns e shows ao vivo, a banda está envolvida em algum projeto paralelo, como colaborações com outras bandas ou artistas?
Jean Misfortune – Estamos participando do tributo ao Amen Corner: “The return of the sons of Cain”. Na qual nos orgulhamos muito em participar, pois o Amen Corner é uma referência para a Diabállein, desde sua criação.
FM – Falando em marketing e promoção, como a banda lida com merchandising? Existe algum item de merchandising que seja particularmente especial para vocês? E onde nossos leitores podem encontra-los?
Jean Misfortune – Estamos trabalhando com o desenvolvimento de produtos especiais, como K7, CDs promocionais, patchs, camisetas, essa ideia de criar merchandising não só contribui com a banda como também leva parte dela pro público. Temos a oportunidade de estarmos mais próximos as pessoas que nos acompanham e nos apoiam.
FM – Em relação à cena do Black Metal no Brasil, como vocês a enxergam atualmente? Quais são os principais desafios e dificuldades que veem para bandas de Black Metal no país? Aproveitando a pergunta, como a banda vê o papel do Black Metal na cena musical e cultural atual?
Jean Misfortune – A cena é forte e possui muitas bandas em todo o território nacional, com pessoas que realmente apoiam o seguimento: zines, portais, canais etc. As dificuldades geralmente estão relacionadas a estruturas de shows, pois o fator econômico afeta muito os desenvolvedores de projetos extremos, que por vezes não conseguem incentivo e apoio pra promover os eventos. O Black Metal representa força para os seguidores e uma ameaça anticultural para quem não é do meio, e é assim que deve ser, por isso nos unimos mesmo que por vezes desamparados para fazer acontecer.
FM – Olhando para 2024, quais são as ambições da banda? Existe algo em particular que vocês esperam alcançar ou experimentar no próximo ano?
Jean Misfortune – A banda está passando por uma total reformulação, logo anunciaremos novos membros e esperamos um novo álbum já para 2024.
FM – Além dos tópicos mencionados, há algo mais que consideram importante que gostariam de compartilhar com os leitores do Fanzine Mosh?
Jean Misfortune – Quero agradecer a oportunidade que o Fanzine Mosh nos deu para falar um pouco sobre a Diabállein e salientar para que todos fiquem atentos, pois vem chegando coisas muito especiais pela frente, nos acompanhem nas redes, muito obrigado!!!
Line up:
Octavius Voxum – vocal
Jean Misfortune – guitarra base
Ivan Phobos – bateria
Suetham – guitarra solo
Discografia:
Diabállein (EP)
The Wretched Essence (Album)
Misosophy (EP)
Misanthropy Chronicles (Album)
Redes Sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/diaballeinblackmetal/
Facebook: https://www.facebook.com/diaballeinblackmetal
Plataformas de Streaming: https://li.sten.to/DIABALLEIN
Site Oficial: http://diaballein.webnode.com/
Assessoria de Imprensa: Sangue Frio Produções