Soilwork @ Music Hall, Curitiba – 11.09.2016
Texto por Clovis Roman
Fotos por André Smirnoff
Um dos nomes mais importantes do que se convencionou a chamar de Death Metal Melódico é o Soilwork. A banda, que iniciou suas atividades em meados dos anos 90, viu sua popularidade subir vertiginosamente no início do atual milênio, após a trinca A Predator’s Portrait (2001), Natural Born Chaos (2002) e Figure Number Five (2003). The Chainheart Machine tinha vindo em 2000, portanto, foram quatro álbuns em quatro anos. A banda diminuiu o ritmo insano de trabalho, mas manteve a qualidade nos álbuns subsequentes, mesmo que alguns deles tenham sidos questionados pelos fãs e crítica.
E como o vocalista Björn “Speed” Strid nos havia adiantado em entrevista exclusiva para o Fanzine Mosh (leia aqui), o repertório apresentado foi uma verdadeira coletânea de êxitos junto aos fãs. Apenas dois álbuns foram completamente obliterados no setlist: o debut Steelbath Suicide (98) e Sworn to a Great Divide (07). Todos os oito discos tiveram ao menos uma música tocada. O balanço foi bem feito, afinal, das 17 canções, apenas quatro vieram do último registro de estúdio dos caras, The Ride Majestic, que saiu ano passado. Ou seja, teve pra todo mundo, desde o fã mais saudosista até aquele que prefere os trabalhos mais recentes.
Uma das novidades na banda é o baixista Markus Wibom, que entrou em 2015 e ainda não gravou com o Soilwork – o cara é ultra empolgado e roubou a cena em diversos momentos. Outra novidade no lineup foi a presença de Bastian Thusgaard, que recentemente entrou para o lugar de Dirk Verbeuren, que como todos sabem, conseguiu um emprego no Megadeth. Em conversa com o vocalista Björn Strid, o mesmo afirmou que Bastian ainda não foi efetivado como membro oficial, mas que até o momento o trabalho por ele desenvolvido está acima das expectativas.
Curitiba tem o costume de levar azar no quesito repertórios. Afinal, quantas bandas que tocaram, por exemplo, 20 música em São Paulo, chegaram aqui e tocaram só 17 delas, ou menos ainda? Dessa vez, entretanto, podemos nos considerar afortunados. Afinal, se no Rio de Janeiro foram 15 e em São Paulo, 16, aqui pudemos conferir 17 músicas, o que caracteriza o repertório mais extenso da turnê pela América do Sul.
A maior novidade ficou por conta de “Let the River Flow”, tocada devido aos insistentes pedidos do público. Inclusive, a interação entre banda – principalmente Bjorn – com a platéia foi sensível. O frontman o tempo todo fazia piadas, conversava com as pessoas e acenava para os fãs nos diversos cantos da casa, criando um laço entre ambos. Uma troca de energia raramente vista por aí. Foi sensacional ver os cinco no palco conversando e rindo despretensiosamente, para decidir se incluiriam uma música a mais no repertório.
Sabemos que sair num domingo a noite é um tanto complicado, mas o evento proporcionado pela Liberation valeu o esforço de todos. Um belíssimo show de uma banda cuja qual esperamos ver em todas as turnês daqui pra frente. Não merecemos ter que aguardar mais 21 anos para vê-los novamente.
REPERTÓRIO
The Ride Majestic
Nerve
The Chainheart Machine
The Crestfallen
Death in General
Tongue
Overload
Petrichor by Sulphur
The Living Infinite I
Bastard Chain
Rejection Role
Whirl of Pain
Late for the Kill, Early for the Slaughter
Follow the Hollow
This Momentary Bliss
Let This River Flow
Stabbing the Drama