Sons Of Apollo @ Tropical Butantã, São Paulo – 21.04.2018
“Muito virtuosismo e improvisações em duas horas de show”
Texto: Giovani Marcelo
Fotos: Renato Jacob
Como um fã assumido da NBA, assistir a um show do Sons Of Apollo é como assistir a um jogo do All Star Game: muito entrosamento, perfeição e talento por m². A excelente química entre os músicos Mike Portnoy (bateria), Billy Sheehan (baixo), Derek Sherinian (teclados), Jeff Scott Soto (vocal) e Ron “Bumblefoot” Thal (guitarra) já ficou notável no ótimo debut “Psychotic Symphony”, lançado em 2017, sendo um dos grandes álbuns do ano passado.
Num Tropical Butantã com ótimo público presente, num sábado agradável na capital paulista, a veterana banda de abertura, República, entrou no palco as 21h:00. Em turnê de divulgação do quarto álbum “Brutal & Beautiful”, a banda formada por Leo Belling (vocal), LF Vieira e Jorge Marinhas (guitarras), Marco Vieira (baixo) e Mike Maeda (bateria) fez uma apresentação empolgante de 50 minutos. Destaques para as músicas “Story Your Ground” (tema de novela global), “Black Wing” e um ótimo cover de “Head Like a Hole”, do Nine Inch Nails e “El Diablo”, dedicada à Ronnie James Dio. A balada “Tears Will Shine”, composta no dia seguinte da morte de David Bowie, foi o ponto alto do show. Destaque também para a excelente presença de palco do versátil Leo Belling. A banda foi bastante aplaudida pelo público durante e ao final da apresentação.
Aproximadamente às 22h:30, começa a tocar “Intruder” do Van Halen e o Sons Of Apollo entra em cena com a épica “Gods Of War”. Destaque para Billy e “Bumblefoot” com seus instrumentos de dois braços, além das luzes que destacavam bastante a guitarra de “Bumblefoot”. Jeff Scott Soto, sempre carismático, anuncia a música seguinte e “Signs Of The Time”, um dos sons mais pesados do disco de estreia, começa a ser executada. Na sequência, é tocada a “purpleriana” “Divine Addiction”, que é uma das minhas músicas favoritas do supergrupo. Então, vem a primeira música do Dream Theater: “Just Let Me Breathe”, do injustiçado “Falling Into Infinity”, único full-lenght em estúdio com Derek Sherinian. No show, os vocais dessa música foram divididos por Soto, Portnoy e Bumblefoot. Após a primeira “caipiroska” da noite, Soto anuncia “Labyrinth”, música favorita do vocalista. E na sequência vem o momento do gênio Billy Sheehan. Em um solo inspiradíssimo, o baixista mostra um pouco de seu talento inigualável. A banda volta e toca “Lost Oblivion” e ao término da canção, Soto fica sozinho no palco. Num dos grandes momentos da noite, um trecho de “Prophet’s Song” é executada a capela. E na sequência, “Save Me” com Bumblefoot na guitarra e dividindo os vocais. Freddie Mercury aplaudiria de pé essa linda homenagem. “Alive” veio na sequência, com a plateia em transe com o que presenciava.
Ao final, Soto sai do palco e a banda executa um cover irreverente de “The Pink Panther Theme”, a conhecidíssima música de “A Pantera Cor-de-Rosa” e seguem com a instrumental “Opus Maximus”, com seus dez minutos de catarse sonora. E finalmente começa o incrível solo do tecladista Derek Sherinian, repleto de improvisações e belas sonoridades. Sherinian indiscutivelmente deveria ter um reconhecimento muito maior. E um dos momentos que mais agitou o público veio logo em seguida: “Lines In The Sand”, outra do álbum “Falling Into Infinity”, encerrando o primeiro ato.
Quando a banda retorna para o palco, os membros questionam entre si: “Cadê o Soto?”. E a banda começa a fazer brincadeiras apontando para o bar no final da pista enquanto começam a executar a clássica “And The Cradle Will Rock…” do Van Halen. Nesse momento, o vocalista protagoniza o ápice do show: canta a música no meio da galera, com direitos a selfies com os fãs (não consegui a minha, deixamos para uma próxima vez…). Um membro da produção teve que ir buscá-lo, senão possivelmente Jeff Scott Soto ainda estaria cantando até agora com o público. Não há palavras para descrever o carisma do exímio vocalista. Além de um talento nato, Soto tem essa química incrível com seus fãs. E, para finalizar, inicia a primeira música lançada pela banda: “Coming Home”, com seu refrão grudento, cantado a plenos pulmões pela plateia e com Soto cantando sem usar o microfone. Ao final, tocando “Happy Trails”, versão do Van Halen (bem que a banda poderia cantar essa para finalizar a festa. Seria épico!), com os músicos visivelmente emocionados e agradecidos pelas duas horas de interação total com seus fãs. Um dos grandes shows do ano por enquanto. E aguardando a próxima turnê de Mike Portnoy e Billy Sheehan, o que não deve demorar muito, já que está nos planos um novo disco do “The Winery Dogs” juntamente com o mais do que genial Ritchie Kotzen.
SONS OF APOLLO – SET LIST
01 – Gods Of Sun
02 – Signs Of The Time
03 – Divine Addiction
04 – Just Let Me Breath – Dream Theater song
05 – Labyrinth
06 – Bass solo
07 – Lost In Oblivion
08 – The Prophet’s Song/Save Me – Queen song
09 – Alive
10 – The Pink Panther Theme
11 – Opus Maximus
12 – Keyboard solo
13 – Lines In The Sand – Dream Theater song
Encore:
14 – And The Cradle Will Rock – Van Halen song
15 – Coming Home
REPUBLICA – SET LIST
01 – Black Wings
02 – Death For Life
03 – Endless Pain
04 – Head Like A Hole – Nine Inch Nails song
05 – Stand Your Ground
06 – Beautiful Lie
07 – Tears Will Shine
08 – The Maze
09 – Broken
10 – El Diablo