O veterano guitarrista britânico Peter Frampton, completando 71 anos hoje, e mais de 50 anos de carreira, com passagem pela banda Humble Pie, parceria e contribuições com David Bowie, George Harrison, Ringo Star, iniciou sua carreira solo na década de 1970 com o álbum Wind of Change lançado em 1972 e teve grande sucesso com o álbum ao vivo “Frampton Comes Alive”(1976), um dos álbuns ao vivo mais vendidos da história.
por Emerson Mello
Com trabalho novo no forno, o álbum surge num momento delicado que o mundo atravessa e também um momento delicado na vida do guitarrista, que recentemente descobriu uma doença degenerativa que irá atrofiar seus movimentos e num futuro breve irá impedi-lo de tocar. Por isto ele corre contra o tempo e a ideia é registrar e produzir o máximo possível antes da aposentadoria forçada. Obviamente a pandemia em parte frustrou seus planos, mas eis que surge “Frampton Forget the Words” com lançamento oficial previsto para amanhã, 23 de abril, um dia após o aniversário do guitarrista. O sugestivo nome mostra que neste momento Frampton não está afim de ‘falar’ muito, mas sim deixar sua guitarra falar por ele. E o resultado é magnífico tamanha sutileza, sensibilidade que ele alcançou neste trabalho, eu arrisco a dizer que ele atingiu seu ápice. Talvez a eminência de ter que parar de tocar tenho contribuído no resultado, pois a cada nota tocada podemos ouvir, sentir e nos emocionar como se ele estivesse falando diretamente conosco através da guitarra. E não faltou emoção, sentimento nas interpretações das músicas.
No repertório releitura de grandes clássicos de nomes como George Harrison, Roxy Music(Brian Ferry), David Bowie, Marvin Gaye e outros, que ganharam outro sentindo e outra dimensão através da guitarra de Frampton que conseguiu gerar uma grande transformação. ‘Isn’t it a Pity’ composição de George Harrison, foi lançada como single no dia 16 de abril e traz um vídeo emocionante mostrado uma timeline do dia a dia dele no isolamento social e o som de guitarra chorado e a interpretação são de arrancar lágrimas de pedra. Temos aqui sem dúvidas um dos maiores momentos da guitarra.
Loving the Alien de David Bowie, ele dedicou a seu pai e ao próprio Bowie, ambos já falecidos e também arrepia. Interpretação magistral que vai crescendo e nos envolvendo conduzida pela guitarra mágica de Frampton. Avalon, mega hit pop de Brian Ferry ganha um outro contorno nas mãos de Frampton.
Repertório eclético e escolhido a dedo e dá possibilidades para ele explorar toda sua versatilidade e musicalidade se tornando um álbum sensacional que registra talvez o melhor momento da carreira de Peter Frampton e irá agradar até mesmo aos não adeptos de música instrumental. Imperdível!
Happy Birthday Mr. Frampton!
Músicas:
01 – If You Want Me To Stay (Sly & the Family Stone)
02 – Reckoner (Radiohead)
03 – Dreamland (Jaco Pastorius)
04 – One More Heartache (Marvin Gaye)
05 – Avalon (Roxy Music)
06 – Isn’t It a Pity (George Harrison)
07 – I Don’t Know Why (Stevie Wonder)
08 – Are You Gonna Go My Way (Lenny Kravitz)
09 – Loving the Alien (David Bowie)
10 – Maybe (Alison Krauss)
*Peter Frampton Band
Peter Frampton – guitarras
Rob Arthur – teclados e arranjo de cordas
Gordon Kennedy & Adam Lester – guitarras, violão
Glenn Worf – Baixo
Dan Wojciechowski – Bateria
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