por Adriano Purcino
Com mais de 20 anos de estrada e considerada umas das mais relevantes banda da New Wave of American Heavy Metal (NWOAHM), Lamb of God chega ao seu oitavo álbum mais intenso do que nunca, provando ser umas das melhores bandas da atual geração do Metal.
Este novo álbum auto intitulado transborda energia com seu estilo característico de criar música pesada unido a um lirismo sociopolítico afiado demonstrando todo o descontentamento com este mundo que a cada dia parece estar mais fora dos eixos.
Um detalhe importante é que este álbum não conta o genial baterista Chris Adler, em seu lugar foi recrutado Arturo “Art” Cruz, que também toca na banda Winds of Plague.
E com esta mudança, será que eles conseguiram manter o padrão de qualidade e a característica sonora da banda? Veremos a seguir.
Memento Mori abre o disco trazendo uma mensagem que clama por força e esperança, onde em sua letra diz: “A hora mais difícil, o sinal mais cruel / Estou acordando dessa mentira miserável / Luto da mesma forma, não desperdice esse dia / Acorde, acorde, acorde / Memento Mori. ”
O trabalho de cordas neste disco está sensacional, riffs e melodias de alto nível, e Randy Blythe gritando feito louco trazendo a agressividade e a energia que as faixas necessitam.
A faixa Checkmate ganhou um videoclipe bem bacana, essa faixa é bem intensa e cheia de groove, marca registrada da banda.
Gears continua a pancadaria sonora de maneira altamente eficiente contando como destaque nesta faixa um ótimo refrão.
Reality Bath traz em sua letra um tema tão pesado tanto quanto o seu instrumental, massacres promovidos com tiroteios em massa, algo que infelizmente tornou-se corriqueiro nos noticiários, e como diz a própria letra: “Outro massacre, outro dia que se passou/ É este o novo anormal?”
A opressão aos imigrantes chega como tema em New Colossal Hate, excelente faixa com ótimas variações rítmicas, cheias de groove. O título e a letra são uma peça do poema de Emma Lazarus escrito em 1883 e que aparece na base da Estátua da Liberdade.
Neste ponto da audição, o ouvinte já pode constatar que a maneira técnica de Art tocar casou perfeitamente com o estilo do LoG, injetando a intensidade necessária para manter o som característico de bateria da banda e ainda dando uns toques pessoais ao trabalho.
Voltando as músicas, Resurrection Man nos traz cadência em um groove ameaçador sensacional, excelente faixa para se tocar ao vivo.
Agora chegamos a uma dobradinha com ilustres participações especiais, enquanto em Poison Dream temos Jamey Jasta do poderoso Hatebreed fazendo um verso em cima de um breakdown vigoroso, em Routes, temos uma faixa de Thrash Metal veloz que traz ninguém menos que Chuck Billy do grande Testament para abrilhantar a composição.
Seguindo comBloodshot Eyes, esta é uma faixa mais sombria com Blythe fazendo alguns vocais limpos que dão um toque diferenciado a música.
E não deixando a intensidade decair, On the Hook fecha o álbum com muita energia, velocidade e um groove visceral em umas quebradas pesadíssimas.
Lamb of God – Checkmate (Official Video)
Após 5 anos de espera, o Cordeiro de Deus demonstra que tem muita lenha pra queimar ainda, entregando um álbum muito forte que não decepciona em nenhum momento os fãs, mesmo com a mudança de um membro muito importante que ajudou a forjar a identidade do som da banda.
Nota: 8,5/10