Por Emerson Mello
Quem já acompanha a Dfront SA tem visto a evolução da banda ao longo dos últimos anos. Eis que mesmo assim a banda nos surpreendeu com este ótimo álbum Forte Teor da Dor, tendo tudo pra ser disparado o melhor álbum da banda, e porque não um dos melhores lançamentos nacionais do ano.
Mantendo a mesma formação do álbum anterior, Ceifado, a banda vem forte e coesa e com muita
maturidade pra experimentar e ir além. Além do tradicional deathcore da banda, percebemos influência de som extremo em geral que deu aquele molho mega plus no som, com o baterista Magno se utilizando bastante o recurso das blast beats. As letras em português são uma porrada na cara, trazendo temas cotidianos e reflexões da vida de forma direta. O vocalista Sílvio se encaixou muito mais na banda conseguindo imprimir ainda mais sua personalidade nas interpretações. Fica visível que aqui neste novo álbum, ele está muito mais a vontade, e pode contribuir mais, inclusive nas letras. Por sua vez o guitarrista Nathan faz um trabalho absurdo na guitarra, tanto nos riffs quanto nos solos, e nas bases com muita variação harmônica onde a banda alterna levadas rápidas, blast beats e passagens mais cadenciadas carregadas de peso e groove. Inclusive ele assina a produção, que ficou animal com tudo soando pesado e na cara, como deveria ser mesmo.
Abrindo com Cura a banda já manda o cartão de visitas do vamos encontrar ao longo dos 10 temas de Forte Teor da Dor: “Eu tô acostumado a tomar murro na cara/Da vida não espero nada/Desde o começo dessa porra/Quero mais é que se foda/Se chorar vai ser pior/Eu resolvi bater mais forte”. Silvio coloca todo desespero e agonia da letra na interpretação, alterna os guturais entre urros desesperados aos agudos rasgados. A banda não deixa por menos e quebra tudo vindo como um rolo compressor não deixando pedra sobre pedra. O pesadelo continua em Agonia, mais uma excelente faixa com bastante variação rítmica, onde o baterista Magno brilha. A letra fala de algumas experiências do vocalista Silvio como médico de UTI vivendo de perto o pesadelo da covid. Em Severo temos mais porradaria e um ótimo solo de Nathan. Lágrima traz um riff cheio de groove e peso onde Silvio solta seus demônios: “Um sistema cerebral com demônios infiltrados/Algemado e doente, seu medo permanente”.
O disco não tem espaço pra refresco e na sequência temos Um Segundo que não alivia, onde Silvio berra desesperado “Desligo a TV, não quero mais saber. Eu preciso de um segundo de silêncio nessa porra”. Punição é uma das mais pesadas do álbum, com o gutural de Silvio beirando o absurdo. Rastro de culpa já vem dando o recado:” Quem você vai culpar, quando todo o resto falhar?” enquanto no instrumental a porradaria come solta. Discórida é uma das mais trampadas sendo um equilíbrio perfeito entre agressividade e técnica enquanto Fim do Mundo vem direta e rápida. Pandora pra encerrar o disco, literalmente abre a caixa de pandora e conseguimos captar todo o desespero de quem viveu o horror da covid de perto.
Assim chegamos ao final deste álbum que deixa gostinho de quero mais, já esperando pelo próximo lançamento da banda e a capa do designer Rômulo Dias é um complemento deste trabalho de alto nível. A Dfront SA trabalhou duro, se esmerilhou e conseguiu entregar um trampo foda, que com certeza vai abrir muitas portas e angariar novos fãs. Candidato a melhor álbum da banda e certamente um dos melhores de 2023.
*Line up:
Sílvio Guerra – vocais
Gláucio Guimarães – baixo
Nathan Klak – guitarra
Magno Nascimento – bateria
*Músicas:
01 – Cura
02 – Agonia
03 – Severo
04 – Lágrimas
05 – Um segundo
06 – Punição
07 – Rastro de Culpa
08 – Discórdia
09 – Fim do Mundo
10 – Pandora
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