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24 Apr 2024, 9:29 am

No rastro da contracultura, Jefrey Dahmer é prato cheio para bandas de metal e extremo


Atrocidades cometidas pelo “Canibal de Milwaukee” inspiram som underground

As referências ao lado obscuro da sociedade são um dos pilares que sustentam a música pesada. Desde o heavy metal ao som extremo, o serial killer norte-americano Jefrey Dahmer vem servindo de inspiração para bandas dos mais diversos gêneros.

Mas quem foi Jefrey Dahmer?

O nome do assassino – que ao menos para o underground da música não é muito desconhecido – voltou ao senso comum por conta da minissérie “Dahmer: Um Canibal Americano”, protagonizada por Evan Peters e dirigida por Ryan Murphy, que está disponível no Netflix.

A obra relata com detalhes como Jefrey Dahmer agia. Com requintes de crueldade, ele matou 17 homens e adolescentes nos Estados Unidos entre os anos de 1978 e 1991. A maioria das vítimas eram homens com baixo poder aquisitivo, LGBTQIA+, negros ou indígenas.

O assassino atraía as vítimas para seu apartamento prometendo dinheiro ou relações sexuais, mas as dopava, violentava sexualmente e estrangulava até a morte. Em seguida, retirava pedaços de seus corpos e guardava.

Apesar de ser conhecido como “Canibal de Milwaukee”, não há provas de que ele consumia os pedaços de carne humana. Há relatos de que ele também se relacionava sexualmente com os cadáveres.

Jefrey Dahmer na cultura subversiva

Um dos maiores nomes do metal, o Slayer falou do serial killer na música “213”, penúltima faixa do álbum Divine Intervention, lançado em 1994. Os algarismos que dão título ao som, fazem referência ao número do apartamento de Dahmer.

A letra, composição de Tom Araya, detalha um macabro ato sexual com necrofilia e canibalismo acompanhada de arrastada e sombria melodia.

A banda norte-americana de death metal Macabre, foi mais além. Em 31 de outubro de 2000, eles lançaram o álbum intitulado Dahmer, que em 26 faixas organizam a biografia do assassino em ordem cronológica.

O disco entra no rol dos conceituais por seus riffs bem trabalhados, acompanhados de quebras nos padrões rítmicos da bateria e vocal doentio com traços de humor ácido.

A singularidade artística do trio Nefarious (Vocal e baixo), Dennis the Menace (bateria) e Corporate Death (guitarra) é notada com o uso de elementos do thrash metal, punk, NWOBHM, grindcore e até mesmo blues e folk music.

Impactante, tal qual importante, está a banda de grindcore Dahmer. O trio canadense de Quebec esteve na ativa entre 1995 e 2000 e elevou o desagradável e envolvente nível da música extrema.

O som instigante do álbum Dahmerized, de 1998, assim como os splits lançados ao longo da carreira, estão consolidados como inspiração na anti-música.

Dando o pontapé inicial do subgênero power violence, cujas raízes estão fincadas no hardcore, há ainda o incômodo e cativante Apartment 213, dos Estados Unidos. A banda de Cleveland, formada em 1990, fez da baixa qualidade de gravação uma identidade de afrontamento musical. Ora rápido, ora arrastado, mas sempre sujo.

E como descreve a própria banda em seu Bandcamp: “há poucos humanos preparados para suportar tal ferocidade constante”.

Texto: João Carlos Gomes

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Postado em setembro 24th, 2022 @ 14:09 | 831 views
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